Subprocurador-geral já fez sete pedidos de transparência em emendas

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que, ao todo, já formulou sete pedidos para garantir a transparência e publicidade das emendas do relator, no caso que vem sendo chamado de “orçamento secreto”.

Segundo ele, o mecanismo foi institucionalizado pelo Congresso esta semana e, por isso, é preciso “prevenir a continuidade do chamado ‘torna-lá-dá-cá’, que favorece a aprovação de matérias do interesse do governo junto ao Congresso Nacional”.

Furtado encaminhou ao STF a última representação que apresentou ao TCU esta semana para “garantir a equitativa execução das programações de caráter obrigatório”.

O documento foi encaminhado ao presidente da Corte, Luiz Fux, e anexado a uma das ações relatadas pela ministra Rosa Weber, que, em novembro, determinou a suspensão do pagamento das emendas de relator. A liminar foi referendada pelo plenário virtual, por 8 votos a 2.

Na peça, o subprocurador-geral do MP junto ao TCU relata que começou a pedir a apuração das “irregularidades inerentes a esse tipo de prática” desde que o jornal “O Estado de S. Paulo” publicou as primeiras reportagens sobre o tema, em maio deste ano.

Para ele, os atos aprovados recentemente pelo Congresso “institucionalizaram essas práticas e inviabilizaram a devida publicidade dos atos pretéritos de parlamentares patrocinadores dessas emendas”.

“O capítulo que se inicia agora é avaliar em que medida os atos aprovados no âmbito do Congresso Nacional institucionalizam o chamado orçamento secreto, ao arrepio de disposições constitucionais e regramentos legais que informam a confecção e execução das peças orçamentárias, bem assim o comprometimento do princípio da publicidade, ao se manter o sigilo sobre as emendas anteriores a promulgação de tais atos, tudo isso em desconformidade com o decidido pelo Supremo Tribunal Federal”, disse.

Ele destaca que o projeto aprovado pelos parlamentares determina que as mudanças nas práticas do chamado “orçamento secreto” só valerão para o Orçamento de 2022, ou seja, não vão atingir as emendas pagas em 2020 e 2021.

“A publicidade é consequência direta do princípio democrático. Somente em regimes ditatoriais pode ser admitida – até porque não há outra opção – a prática de atos secretos, sigilosos. E direito da população, e dever do administrador, divulgar os atos praticados pela Administração, a fim de que os cidadãos possam tomar as providências necessárias ao controle da legalidade, da moralidade, da eficiência das atividades do Estado”, escreveu.

Segundo Furtado, independentemente de o governo federal ter estabelecido a barganha de votos pela liberação de recurso do Orçamento da União, linha que ainda está sendo investigada pelo TCU, “já é certo e indene de dúvidas” o fato de que as emendas de relator “têm levado à execução sem qualquer transparência de parte substanciai das verbas do Orçamento, bem como a alocação das respectivas despesas”.

“Essa irregularidade, por si só, mesmo se não for confirmado o ‘toma-lá-da-cá’ nas votações de interesse do governo no Congresso, compromete ou inviabiliza o controle, constituindo motivo suficiente para intervenção do TCU”, apontou.

O subprocurador-geral do MP afirmou ainda que, por isso, é necessária uma pronta intervenção do TCU. “Não há órgão na República em melhor posição e de maior preparo técnico para impedir que o orçamento público seja convertido de instrumento de planejamento e publicidade da despesa pública numa agenda gigantesca de compromissos com interesses privados e espúrios”, defendeu.

Valor Econômico  

Assinatura
CARTA AO LEITOR

O Blog da Cidadania é um dos mais antigos blogs políticos do país. Fundado em março de 2005, este espaço acolheu grandes lutas contra os grupos de mídia e chegou a ser alvo dos golpistas de 2016, ou do braço armado deles, o juiz Sergio Moro e a Operação Lava jato.

No alvorecer de 2017, o blogueiro Eduardo Guimarães foi alvo de operação da Polícia Federal não por ter cometido qualquer tipo de crime, mas por ter feito jornalismo publicando neste Blog matéria sobre a 24a fase da Operação Lava Jato, que focava no ex-presidente Lula.

O Blog da Cidadania representou contra grandes grupos de mídia na Justiça e no Ministério Público por práticas abusivas contra o consumidor, representou contra autoridades do judiciário e do Legislativo, como o ministro Gilmar Mendes, o juiz Sergio Moro e o ex-deputado Eduardo Cunha.

O trabalho do Blog da Cidadania sempre foi feito às expensas do editor da página, Eduardo Guimarães. Porém, com a perseguição que o blogueiro sofreu não tem mais como custear o Blog, o qual, agora, dependerá de você para continuar existindo. Apoie financeiramente o Blog

FORMAS DE DOAÇÃO

1 – Para fazer um depósito via PIX, a chave é edu.guim@uol.com.br

2 – Abaixo, duas opções de contribuição via cartão de crédito. Na primeira, você contribui mensalmente com o valor que quiser; na segunda opção, você pode contribuir uma só vez também com o valor que quiser. Clique na frase escrita em vermelho (abaixo) Doação Mensal ou na frase em vermelho (abaixo) Doação Única

DOAÇÃO MENSAL – CLIQUE NO LINK ABAIXO
https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf

DOAÇÃO ÚNICA – CLIQUE NO LINK ABAIXO
https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf