Investigação de Moro pelo TCU vai além do que parece

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Foto: Adriano Machado/Reuters

Um dos próximos passos estudados no TCU (Tribunal de Contas da União) no processo que mira os ganhos do ex-juiz Sergio Moro no setor privado é determinar que empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato informem seus gastos com consultorias desde 2013.

A medida, avaliada pelo Ministério Público de Contas junto ao TCU, permitiria saber quanto a Alvarez & Marsal —para a qual o ex-magistrado e presidenciável do Podemos trabalhou— recebeu de empresas como Odebrecht, Galvão Engenharia e OAS. O desgaste para Moro se ampliou com a possibilidade de uma CPI na Câmara dos Deputados sobre a questão.

A A&M já enviou à corte, no processo que tem o ministro Bruno Dantas como relator, documentos mostrando que 75% dos honorários que recebe no Brasil são provenientes de empresas investigadas pela Lava Jato, mas os valores são referentes às taxas dos processos de recuperação judicial. O montante nos últimos anos é de quase R$ 42,5 milhões.

Moro e a A&M têm dito que o contrato do ex-juiz previa atuação como consultor e impedia a participação dele em casos ligados à Lava Jato. A suspeita, rebatida por ele, é a de que foi beneficiado indiretamente por recursos de empresas que teria ajudado a fragilizar com as apurações da força-tarefa.

Para a área técnica do tribunal, companhias que fecharam acordo de leniência têm a obrigação de acatar uma ordem para informarem os números porque se comprometeram a colaborar nas investigações. O TCU já tem precedentes de pessoas jurídicas que tiveram que revelar contas.

Tanto Moro quanto a empresa negam conflito de interesses na passagem dele pela consultoria. A A&M divulgou nota afirmando que tem contribuído com o TCU e repassado todos os esclarecimentos solicitados.

O ex-juiz afirma que prestará contas de sua remuneração na declaração de renda à Receita Federal e no registro da candidatura na Justiça Eleitoral. Diz ainda não ter nada a esconder.

Em entrevista ao Flow Podcast, na segunda-feira (24), o pré-candidato à Presidência afirmou que a tentativa de investigar sua atuação no setor privado é uma maluquice e se disse vítima de perseguição.

Folha  

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