Twitter obriga Malafaia a ficar 12h sem publicar
Foto: Reprodução
Após exigência do Twitter, o pastor Silas Malafaia excluiu pelo menos 11 postagens em que associava a vacinação contra Covid-19 para crianças a “infanticídio”, ideia contrária a diversos estudos que mostram que a imunização infantil é segura.
O religioso é alvo de protestos na hashtag #DerrubaMalafaia, em que tuiteiros pedem o banimento da conta dele. O episódio acontece em meio à crise entre a rede e usuários sobre diretrizes para lidar com fake news na pandemia.
O que vocês estão nos ajudando a fazer hoje aqui, é histórico! O tweet absurdo já foi. Vamos continuar pressionando. Apenas queremos que a plataforma cumpra as suas próprias regras. #DerrubaMalafaia pic.twitter.com/5Kgw6LKZ7Q
— Desmentindo Bolsonaro (@desmentindobozo) January 11, 2022
A rede social disse à Folha, em nota, que solicitou ao líder religioso a remoção do conteúdo após constatar que os tuítes de Malafaia eram “gravemente nocivos” e violaram a política de informações enganosas sobre a Covid-19. O perfil do evangelista teve suas atividades restritas por 12 horas. Pelas regras, ele ainda pode recorrer à análise da plataforma.
O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo disse ao #Hashtag que está “dando gargalhada” diante dos pedidos de remoção do seu perfil. “É um movimento de ‘esquerdopatas’, gente que me odeia. Tenho que rir, deram uma divulgação desgraçada para o vídeo”, diz Malafaia, referindo-se ao material em que associa a imunização à morte de crianças–o que contraria falas de especialistas do Brasil e do mundo.
Na filmagem, que foi retirada do Twitter, mas continua disponível em outras redes, o pastor mostra captura de tela de um estudo que cita dados do Ministério da Saúde de setembro de 2021 para argumentar que é baixo o índice de mortalidade infantil por Covid-19.
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“Não existe nenhum risco grave de crianças morrendo. A quem interessa isso (vacinação infantil)? Isso é infanticídio. Isso é um absurdo. Se nós tivéssemos com alto número de crianças morrendo, então seria a escolha de Sofia. Mas não tem”, afirma no vídeo.
Em entrevista à Folha, Malafaia criticou a política do Twitter para lidar com sinalização de conteúdo falso. “‘Nêgo’ faz pressão e o Twitter tira primeiro a postagem do ar para depois te perguntar se você quer se defender. Já viu isso? Te acusam, te botam na cadeia e dizem: ‘agora você vai se defender’. É o que o Twitter faz. Tem que ser ao contrário. Isso é uma vergonha.”
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Pelas regras da plataforma, as penalidades são aplicadas a tuítes que possam expor as pessoas a mais risco de contrair ou transmitir a doença, como os que negam a eficácia de medidas de proteção, sugerem tratamentos não aprovados ou distorcem estudos sobre vacinas.
As punições começam com o uso de uma etiqueta para sinalizar que o tuíte é enganoso e podem chegar à suspensão permanente de um usuário, quando ele comete a partir de cinco transgressões. Como pelo menos 11 postagens de Malafaia violaram as regras, os usuários têm pedido à rede o banimento permanente do perfil do pastor evangélico.
ATENÇÃO
O @TwitterBrasil REMOVEU OS ÚLTIMOS 11 tweets do pastor Silas Malafaia, mas pela sua própria política o @TwitterSeguroBR diz que 5 ou mais transgressões significa a suspensão permanente.
A pergunta que fica é: o que falta?
CONTINUA A PRESSÃO#DerrubaMalafaia pic.twitter.com/QC1gcGU3yt
— Desmentindo Bolsonaro (@desmentindobozo) January 11, 2022
O pastor Silas Malafaia disse à coluna do @guilherme_amado que ELE removeu 10 dos 11 tweets POR UM PEDIDO DO @TwitterBrasil ! Ou seja, o @TwitterSeguroBR admitiu que o usuário violou as regras em 11 POSTAGENS mas foi benevolente. #DerrubaMalafaiahttps://t.co/h51t4wEK5W
— Desmentindo Bolsonaro (@desmentindobozo) January 11, 2022
Na semana passada, a hashtag #TwitterApoiaFakeNews cobrou do site uma revisão nos fluxos para sinalizar postagens inverídicas. O estopim para as manifestações foi a concessão do selo azul à blogueira bolsonarista Bárbara Destefani, da página “Te Atualizei”. A ativista é apontada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) como disseminadora de fake news e viu seu canal no YouTube ser desmonetizado por decisão judicial em 2020.
Depois das manifestações de usuários contra a verificação de Bárbara, o MPF (Ministério Público Federal) pediu à plataforma, na quinta-feira (6), explicações acerca das regras para lidar com fake news e verificar perfis. O Twitter recebeu dez dias para responder ao ofício do órgão e disse que só comentará o assunto nos autos do processo.
Confira abaixo as principais reações à exclusão de postagens do pastor Silas Malafaia no Twitter:
Ai dá não#DerrubaMalafaia pic.twitter.com/raMuWlp102
— artevillar (@artevillar1) January 11, 2022
Silas Malafaia está reclamando que o @TwitterBrasil derrubou seus tweets. Vamos fazer ele reclamar do @YouTubeBrasil também?
1⃣Acesse o vídeo no link abaixohttps://t.co/0E9kOSPTw2
2⃣ Clique nos … e escolha uma denúncia
3⃣ Marque 1:05 (momento da fala)#DerrubaMalafaia pic.twitter.com/DXSnIidMKK
— Desmentindo Bolsonaro (@desmentindobozo) January 11, 2022
O Jornalista Ricardo Boechat já tinha mandado o recado ao “Pastor” Silas Malafaia faz tempo! #DerrubaMalafaiapic.twitter.com/StD3YwXGWV
— Zel Florizel️Sigam a @AuditoriaCidada (@ZellFlorizel) January 11, 2022
Ricardo Boechat é quem sabia colocar oportunista de má fé no seu devido lugar: #ômalafaiavaiprocurarumarola#DerrubaMalafaia pic.twitter.com/TQSa1TVxFr
— (@Jorgui) January 11, 2022
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O Blog da Cidadania é um dos mais antigos blogs políticos do país. Fundado em março de 2005, este espaço acolheu grandes lutas contra os grupos de mídia e chegou a ser alvo dos golpistas de 2016, ou do braço armado deles, o juiz Sergio Moro e a Operação Lava jato.
No alvorecer de 2017, o blogueiro Eduardo Guimarães foi alvo de operação da Polícia Federal não por ter cometido qualquer tipo de crime, mas por ter feito jornalismo publicando neste Blog matéria sobre a 24a fase da Operação Lava Jato, que focava no ex-presidente Lula.
O Blog da Cidadania representou contra grandes grupos de mídia na Justiça e no Ministério Público por práticas abusivas contra o consumidor, representou contra autoridades do judiciário e do Legislativo, como o ministro Gilmar Mendes, o juiz Sergio Moro e o ex-deputado Eduardo Cunha.
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