Amil está definhando

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Foto: Divulgação

Nos últimos sete anos, a operadora de planos de saúde Amil Assistência Médica perdeu 29,1% da sua carteira de clientes.

Em dezembro de 2014, a companhia tinha 4,15 milhões de segurados, considerando os três tipos de planos: individual ou familiar; coletivo empresarial; e coletivo por adesão. Já em dezembro do ano passado, a Amil possuía 2,94 milhões de clientes.

Os dados foram levantados e analisados pelo Metrópoles por meio de plataforma da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A Amil, assim como o consolidado das outras operadoras, atingiu no fim de 2014 o pico de segurados de planos de saúde no país. No entanto, a queda do total geral foi bem menor no mesmo período, de 50,5 milhões para 48,9 milhões (ou seja, cerca de 3%).

Em 2 de janeiro deste ano, a carteira de planos individuais e familiares da Amil foi transferida para a Assistência Personalizada à Saúde (APS). Ambas pertencem ao grupo norte-americano UnitedHealth, que garantiu que todos os “benefícios continuam plenamente assegurados”.

O grupo, no entanto, negocia o controle da APS para o fundo Fiord Capital – cujo único sócio é o empresário sérvio Nikola Lukic, acusado de dar prejuízo milionário em investidor, como revelou o Metrópoles – e as assessorias Seferin & Coelho e HVK.

No último dia 8, a ANS suspendeu a venda da APS e questionou a capacidade financeira dos novos sócios para garantir a sustentabilidade da operadora. O Metrópoles apurou que a UnitedHealth quer desembolsar cerca de R$ 3 bilhões para se desfazer da carteira, em uma tentativa de garantir segurança aos clientes.

Considerando apenas os planos individual e familiar, o número de clientes da Amil caiu pela metade desde 2014, de 813,2 mil a 407,9 mil.

Já o total geral de clientes desses planos teve redução de aproximadamente 10% no mesmo período.

Ao Metrópoles o advogado e presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab), Alessandro Acayaba de Toledo, explica que as operadoras passaram a não oferecer mais planos individuais, sobretudo desde 2016, devido a reajustes considerados baixos autorizados pela ANS.

“O reajuste anual dos planos individuais é definido pela ANS. E não está acompanhando a alta dos custos hospitalares. Então, as empresas preferem não comercializar mais. No caso dos planos coletivos, por exemplo, o reajuste pode ser negociado”, complementa o especialista.

Toledo explica também que a ANS permite a mudança de plano sem a necessidade de novos prazos para utilização dos serviços. A Anab elaborou um guia (acesse aqui) para o consumidor sobre o processo de portabilidade.

A Amil foi procurada para explicar a queda de 50% na carteira de planos individual ou familiar. A empresa esclareceu que não comercializa planos individuais de rede credenciada aberta desde 2015. Pontuou ainda que tem priorizado o segmento de planos empresarias.

“Como resultado, a grande maioria de seus beneficiários está vinculada a contratos coletivos, somando hoje 3,4 milhões de pessoas”, acrescentou a companhia.

Metrópoles