
Bolsonaro ignora “3a via” e centra fogo em Lula
Foto: Alan Santos/PR
O presidente Jair Bolsonaro não poupou críticas ao seu principal concorrente na corrida eleitoral deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em três eventos no interior do Rio de Janeiro, o atual presidente atacou Lula e o PT e afirmou que a população precisa fazer suas escolhas, sabendo que elas vão repercutir no futuro.
No primeiro evento em que participou, um discurso para funcionários da Petrobras no GasLub, nova denominação do Comperj, em Itaboraí, Bolsonaro chegou a chamar Lula de “bandido”, embora não tenha citado nominalmente o ex-presidente.
“O mesmo cara que quase quebrou o país de vez, que destinou o prejuízo de quase R$ 1 trilhão à Petrobras, quer voltar à cena do crime”, disse Bolsonaro. “Se aquele bando, aquela quadrilha voltar, não vai ser apenas a Petrobras que vai ser arrasada, vão roubar nossa liberdade”, acrescentou.
Os ataques a Lula e ao PT acontecem em meio a um cenário em que as mais recentes pesquisas de intenção de voto para a presidência mostram uma ampla vantagem do ex-presidente, inclusive com possibilidade de vitória no primeiro turno. Perguntado sobre as pesquisas, o presidente disse que, se as pesquisas fossem verídicas, ele não teria sido eleito em 2018. No entanto, os levantamentos feitos à época refletiam a vantagem de Bolsonaro e apontavam sua vitória na corrida presidencial.
Bolsonaro reiterou diversas vezes ao longo do dia a responsabilidade do PT nos atos de corrupção da Petrobras e ligou esses atos à alta dívida que a empresa tinha à época. Bolsonaro lembrou que a dívida bruta da estatal atingiu cerca de US$ 160 bilhões – segundo o presidente, quase R$ 1 trilhão. Em 2014, a dívida bruta da estatal chegou de fato a US$ 160 bilhões, se considerados os afretamentos que passaram a ser contabilizados como dívida a partir de 2019, a com a adoção do IFRS 16. Sem esses afretamentos, em 2014 a dívida da petroleira chegou a US$ 130 bilhões.
Nesse sentido, o presidente da República ligou a corrupção na estatal ao atual momento de preços altos dos combustíveis. Em entrevista concedida no aeroporto de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, e veiculada em suas redes sociais, Bolsonaro creditou os altos preços da gasolina e do diesel não apenas à corrupção na estatal – quando, nas palavras de Bolsonaro, a empresa foi “saqueada” – mas também às alíquotas de ICMS cobradas pelos Estados.
Em relação à gasolina, o imposto estadual responde por cerca de 28% do preço, enquanto os valores cobrados pela Petrobras nas refinarias são pouco mais de 33% do valor final e representam a maior contribuição individual ao custo na bomba. Esse preço cobrado pela estatal não tem relação com compensação por atos de corrupção, mas sim com a flutuação de variáveis que não estão sob o controle da empresa, como o dólar e a cotação do barril de petróleo.
“Você tem que saber onde está custando e por que está custando mais caro [os combustíveis]. Se não fosse roubalheira do PT, poderia estar mais barato. Estamos pagando a roubalheira do PT”, disse o presidente durante a entrevista.
Para tentar minimizar o impacto, Bolsonaro afirmou que o governo federal vai enviar nos próximos dias ao Congresso uma proposta para zerar o imposto federal do óleo diesel sem identificar uma alternativa de recomposição. “Reconhecemos que a gasolina está cara e estamos tomando providência para baratear isso aí. A proposta que chegará ao parlamento nos próximos dias é pedir autoridade de zerar o imposto do óleo diesel sem fonte alternativa para tal.”
No terceiro e último evento do no Rio, no lançamento da obra de uma termelétrica no Porto do Açu, também no Norte Fluminense, Bolsonaro afirmou que não está preocupado com “esse cara”. “Eu quero mostrar da verdade para o povo brasileiro”, frisou.
No Açu, Bolsonaro foi recebido por uma claque aos gritos de “mito” e teve na “entourage” que o acompanhou nomes tradicionais do bolsonarismo, como os deputados federais Carlos Jordy (PSL-RJ) e Daniel Silveira (PSL-RJ), mas também políticos menos afeitos ao seu espectro de apoio, como os filhos dos ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho: a deputada federal Clarrisa Garotinho (PROS-RJ), e o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PSD).
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