Bolsonaro usa fala negacionista do PGR para atacar Moraes
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma crítica velada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o procurador-geral da República, Augusto Aras, decidir que ele não cometeu crime ao vazar inquérito da Polícia Federal. Ao discordar da PF, Aras argumentou que as informações não eram sigilosas.
“Não basta o PGR dizer que não era oficial (…). O autor do inquérito (Moraes) leva para frente”, disse Bolsonaro, nesta sexta-feira, 18, em transmissão ao vivo nas redes sociais. O inquérito, vazado em live pelo presidente, no ano passado, apurava uma invasão hacker a sistemas da Justiça Eleitoral. Por não enxergar crime no ato, Aras pediu o arquivamento. Cabe a Moraes decidir pela continuidade ou não da investigação.
A decisão do chefe do Ministério Público Federal foi interpretada pela oposição como alinhamento ao governo. Aras ainda foi criticado, nesta semana, por inação diante de provas levantadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse trabalhar com a possibilidade de um processo de impeachment contra o PGR. “Para quê?”, questionou o presidente, durante a live desta sexta-feira.
Bolsonaro disse que há um “instinto de mandar”, por parte de autoridades, e um processo de “invenção de provas” no Brasil. Depois, deu uma estocada em mais um ministro do STF: Edson Fachin, futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O magistrado afirmou, em entrevista ao Estadão, que a Rússia pode estar por trás de ataques hackers à Justiça Eleitoral.
“Pô, estou conversando com o Putin, pelo amor de Deus”, criticou Bolsonaro, numa referência ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. As declarações de Fachin foram dadas no momento da viagem oficial de Bolsonaro à Rússia