Conflito Rússia-Ucrânia tem primeiras mortes
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Pelo menos 8 pessoas morreram e 9 ficaram feridas em consequência de bombardeios russos ao território ucraniano nesta 5ª feira (24.fev.2022). A informação foi divulgada por um assessor do ministro ucraniano de Assuntos Internos, Roman Mikulec, à Reuters.
Autoridades da Ucrânia confirmaram no início da madrugada desta 5ª (24.fev) ataques em ao menos 10 regiões do país. A informação surge momentos depois de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ter anunciado uma “operação militar especial” no país vizinho.
Até o momento da publicação deste texto (5h25 em Brasília), não havia informações sobre a identidade das vítimas do confronto.
Há relatos de explosões em Kiev, a capital ucraniana, e também nas cidades de Kharkiv, Dnipro e Odessa. De acordo com a agência de notícias, tropas russas foram vistas cruzando a fronteira ucraniana nas regiões de Chernihiv, Kharkiv e Luhansk.
“Putin iniciou uma invasão em larga escala na Ucrânia. Cidades pacíficas do país estão sob ataque. Isto é uma guerra de agressão. A Ucrânia se defenderá e vencerá. O mundo pode e irá impedir Putin. A hora de agir é agora”, publicou o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba.
Um dos alvos dos bombardeios, segundo reportou o The Guardian, foi o aeroporto de Vasilkovsky, que fica perto de Kiev. O terminal abriga aviões de guerra das forças ucranianas. Também houve explosões em área próxima ao aeroporto de Chuguev, cidade que fica a cerca de 100 km da fronteira com a Rússia.
A disputa entre Rússia e Ucrânia começou oficialmente depois de uma invasão russa à península da Crimeia, em 2014. O território foi “transferido” à Ucrânia pelo líder soviético Nikita Khrushchev em 1954 como um “presente” para fortalecer os laços entre as duas nações. Ainda assim, nacionalistas russos aguardavam o retorno da península ao território da Rússia desde a queda da União Soviética, em 1991.
Já independente, a Ucrânia buscou alinhamento com a UE (União Europeia) e Otan enquanto profundas divisões internas separavam a população. De um lado, a maioria dos falantes da língua ucraniana apoiavam a integração com a Europa. De outro, a comunidade de língua russa, ao leste, favorecia o estreitamento de laços com a Rússia.
O conflito propriamente dito começa em 2014, quando Moscou anexou a Crimeia e passou a armar separatistas da região de Donbass, no sudeste. Há registro de mais de 14.000 mortos desde então.