
Leite na disputa da Presidência afunda 3a via ainda mais
Foto: Adriano Machado/Crusoé
A possível entrada do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, na disputa pela Presidência da República não aumenta as chances da chamada terceira via na eleição de outubro.
A opinião é do analista político Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas do grupo Eurasia. Ele faz o comentário em mais um vídeo da série “O Brasil em 60 segundos”, produzido para o Valor pela GZERO Media, da própria consultoria.
Eduardo Leite tentou ser candidato a presidente da República pelo PSDB, mas perdeu a disputa interna, realizada por meio de eleições com participação de filiados, para o governador de São Paulo, João Doria.
Agora, Leite cogita deixar o PSDB e lançar candidatura pelo PSD, partido presidido nacionalmente por Gilberto Kassab, ex-ministro, ex-prefeito de São Paulo e ex-secretário da Casa Civil de João Doria em São Paulo.
“O que falta para a terceira via não é um novo nome, mas espaço”, resume Garman.
Segundo a avaliação do analista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma base “bem fiel” de simpatizantes que soma 30% do eleitorado nacional. Com outras adesões, o petista tem alcançado algo em torno de 40% nas pesquisas mais recentes, o que o coloca como líder isolado até o momento.
Já o presidente Jair Bolsonaro, provável candidato à reeleição pelo PL, tem uma base fiel de militantes e simpatizantes correspondente a 20% do eleitorado, chegando a marcar, com outras adesões, algo próximo a 25% nas pesquisas mais recentes.
Enquanto esses dois prováveis postulantes ostentarem essas taxas, sobra pouco para o fortalecimento de um terceiro nome, avalia o consultor.
“É bem verdade que 30% do eleitorado não quer nem Lula e nem Bolsonaro”, afirma Garman. “Mas é importante lembrar que na última eleição 30% também não votaram. Ficaram em casa ou votaram nulo ou em branco”, completa.
Boa parte do contingente de eleitores que afirma não querer nem Lula e nem Bolsonaro é formada por pessoas que rejeitam todos os políticos, avalia Christopher Garman.
A tendência mais provável desse grupo, portanto, é que também rejeitem qualquer outro candidato que se apresente como alternativa ao presidente e ao ex-presidente.
“Então o que a terceira via realmente precisa é algo para enfraquecer Jair Bolsonaro, não um novo nome”, conclui.