MP do Rio enterra investigações contra Queiroz
Foto: Reprodução
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro começou a devolver os objetos apreendidos durante os dois anos de investigação das rachadinhas, caso que mirou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). As peças mais importantes que já estão sendo recolhidas pelos proprietários são os celulares. Os aparelhos foram provas essenciais para que os promotores encontrassem, por exemplo, o paradeiro do ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, apontado como operador do esquema.
A devolução começa três meses depois de o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ter anulado as decisões proferidas pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27a Vara Criminal do Rio de Janeiro, que conduziu o processo na primeira instância.
Foi graças a mensagens encontradas em aparelhos celulares de familiares de Queiroz que o MP do Rio o localizou, em julho de 2020. Na ocasião, ele foi alvo de uma operação e acabou atrás das grades por cerca de uma semana. Posteriormente, ficou preso em sua casa por sete meses. O ex-assessor de Flávio estava hospedado em uma propriedade em Atibaia (SP), do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. Com ele, foram apreendidos dois aparelhos celulares. Os promotores também tinham em sua posse o telefone da mulher de Queiroz, Márcia Aguiar. Tudo isso está sendo devolvido.
Com a anulação das decisões proferidas pelo juiz Itabaiana, a autorização para apreender os celulares e usar as mensagens obtidas por meio deles foi anulada. A avaliação dos integrantes do MP do Rio é que essas provas estão praticamente perdidas, pois mesmo que haja uma nova autorização para apreender os telefones, há a certeza de que as mensagens estarão apagadas.
Com o caso Queiroz praticamente na estaca zero, procuradores avaliam que hoje prevalecem grandes chances da investigação ser enterrada. A leitura é que, após a derrota imposta pelo STJ e o Supremo Tribunal Federal, que manteve o foro privilegiado de Flávio, a investigação só irá avançar se houver um clima muito desfavorável para Bolsonaro junto ao Judiciário, ou seja, se ele não se reeleger.
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