
Novo presidente da Fiesp critica Bolsonaro
Foto: Werther Santana/Estadão
O novo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, disse nesta quinta-feira, 17, que a entidade se manterá apartidária em relação às eleições. Segundo ele, até pelo papel que desempenha, a entidade tem de conversar com todos os governantes, mas não tomará “posições que são mais típicas de partidos políticos”.
Apesar dessa posição, ele fez críticas duras ao governo Jair Bolsonaro, em um café da manhã com jornalistas. Disse que os livros de história contarão que o governo Bolsonaro foi o que mais atacou as instituições. “Atacou o Congresso, o Judiciário e até vocês, a imprensa”, disse. Mas afirmou também torcer para que, caso seja reeleito, o atual presidente passe a agir de forma diferente.
“Independente de quem ganhar a eleição, o Brasil não vai acabar”, disse o executivo. Para ele, é preciso parar de se perguntar no Brasil sobre quem vai ganhar a eleição, porque esta é uma resposta que tem de ser dada pela soberania popular. “A Fiesp vai ajudar qualquer que seja o governo”, completou.
Perguntado sobre uma eventual eleição de Luiz Inácio Lula da Silva – que teve como vice-presidente o pai de Josué, o empresário José Alencar, já falecido -, o presidente da Fiesp afirmou não ter preferência e que nunca foi próximo do governo Lula. “Eu ia a Brasília como empresário. Papai cuidava de política e eu, dos negócios da família. Nossos negócios são privados.” Gomes considerou que o governo Lula teve erros e acertos, mas avaliou que foram mais acertos que erros, já que o ex-presidente deixou o governo com 83% de aprovação.
O executivo disse ainda que as metas estabelecidas por sua gestão na entidade são para apenas quatro anos, uma vez que não pretende tentar um novo mandato. “Não concorrerei à eleição”, afirmou.
Sempre tomando muito cuidado para não emitir opiniões e julgamentos a respeito do seu antecessor, Paulo Skaf, que presidiu a Fiesp por 17 anos, Gomes disse até ser favorável a mandatos menores, de dois anos, por exemplo, com reeleição para outros dois anos.
O empresário falou também de suas preocupações com as questões sociais, ambientais e, do ponto de vista da economia, com o baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e a perda de dinamismo da indústria da transformação, principalmente por conta da estrutura tributária do País. Segundo ele, o baixo crescimento da economia brasileira tem uma relação estreita com a perda de dinamismo da indústria, especialmente a da transformação, nas últimas quatro décadas.
“Nas últimas quatro décadas, a indústria perdeu três”, lamentou o presidente da Fiesp, para quem o setor, que emprega mão de obra de qualidade e com uma média de salários superior à de outros segmentos, tem por obrigação ajudar a reverter a crise social que se abate sobre o País.
“Meu escritório é aqui perto (da Fiesp). Deixo meu carro lá e venho a pé e vejo famílias morando na rua da cidade mais rica do Estado mais rico em plena Avenida Paulista. Não podemos achar que isso é normal”, disse, acrescentando que uma das metas dos quatro anos de sua gestão é liderar a indústria a investir em educação e geração de empregos com bons salários para as pessoas.
Gomes disse também que a perda de dinamismo da indústria está estreitamente ligada à estrutura tributária do País, que viu no setor facilidade para tributar. Disse que a alíquota de imposto incidente sobre a indústria é de 27% e que a Fiesp vai apoiar e trabalhar pela aprovação de uma reforma tributária.
O empresário disse ainda que o Brasil e seus governantes precisam entender que redução de impostos não quer dizer que haverá perda de arrecadação. Parafraseou o economista americano Arthur Laffer, que dizia que a instituição de alíquotas de imposto zero geram zero de arrecadação e que alíquotas de imposto de 100% também geram arrecadação zero na medida que as pessoas deixam de pagar seus impostos.
“Reduzir impostos para a indústria não implica em aumentar impostos para outros setores da economia. Mas temos que desatar o nó górdio da nossa estrutura tributária”, ponderou Josué.
Por outro lado, segundo ele, o momento da indústria chegou e o mundo inteiro está debatendo o papel do setor no crescimento econômico. E o Brasil, segundo Josué, tem de debater a “reindustrialização” do País.
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