PSB finalmente oficializa apoio a Lula

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Foto: Rodolfo Loepert/Divulgação

Em meio a dificuldades para formalização de federação dos partidos de esquerda, incluindo PT, PSB, PCdoB e PV, o lançamento da pré-candidatura do deputado Danilo Cabral (PSB) ao governo de Pernambuco, na tarde de ontem, transformou-se num ato de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista é pré-candidato a presidente.

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), resistente à ideia de federação e uma das vozes mais críticas ao PT no partido, deixou claro que o apoio do PSB ao ex-presidente não guarda relação com o desenrolar das negociações em torno da união formal entre as siglas. “Pernambuco está absolutamente unido para que juntos possamos ser o primeiro grande partido brasileiro a declarar oficialmente o apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, declarou.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, adotou o mesmo tom. “Estaremos juntos em todo o país em torno de Lula presidente da República. Essa união aqui não vai apenas mudar Pernambuco. Vai mudar o Brasil. É Lula, é Danilo”, discursou.

O senador Humberto Costa, que retirou a pré-candidatura ao governo de Pernambuco como estratégia do PT nacional para ter carta na manga na mesa de negociação com o PSB em São Paulo e outros Estados, foi bastante festejado. Na maioria dos discursos, os pessebistas destacaram a “largueza” do gesto de desistência em nome da unidade das forças de esquerda.

O tom de nacionalização do debate eleitoral adotado no evento do PSB em Pernambuco é uma prévia do que deve acontecer em outros Estados. Mas o alinhamento entre PT e PSB está distante de acontecer em locais como Espírito Santo, onde o governador Renato Casagrande (PSB) deve enfrentar o petista Fabiano Contarato, cuja candidatura foi lançada neste fim de semana. Há ainda obstáculos a uma aliança no Rio Grande do Sul, Acre, e em São Paulo.

Em vídeo encaminhado ao PSB, exibido logo no início do evento, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o que acontece em Pernambuco deveria espelhar o Brasil. “Essa articulação aí tem uma grande responsabilidade também com o povo brasileiro. É exatamente a unificação das forças democráticas, progressistas e populares em nível nacional que nós buscamos para dar sustentação à candidatura do presidente Lula”, destacou.

Historicamente, o PSB de Pernambuco tem peso nas decisões nacionais do partido. Em 2018, após estimular a candidatura da deputada Marília Arraes (PT) ao governo, o PT nacional retirou o nome dela da disputa estadual para apoiar a reeleição do governador Paulo Câmara em troca da neutralidade nacional do PSB na corrida presidencial.

O movimento costurado a partir de Pernambuco isolou o então candidato Ciro Gomes (PDT), que terminou a disputa presidencial em terceiro lugar.

O PT deve ficar com a indicação para a vaga do Senado na chapa do PSB. O nome defendido internamente pelo senador Humberto Costa é o do deputado Carlos Veras. A deputada Marília Arraes (PT) também é cogitada para concorrer.

Valor Econômico