Doria vai se vingar do PSDB
Foto: Secom/GESP
A sinalização de João Doria de que vai permanecer no cargo de governador e desistir da disputa pela Presidência em 2022 mostra que ele, após se sentir isolado dentro do PSDB, decidiu implodir o partido – começando por São Paulo.
O anúncio da decisão está previsto para a tarde desta quinta-feira (31). E todo o esforço do PSDB neste momento é para que Doria desista da ideia de ficar no governo de SP.
Doria, que sempre foi visto com um estranho no ninho tucano, venceu as prévias para disputar a presidência da República pelo PSDB.
Para tanto, Doria precisaria anunciar a desistência do cargo de governador de SP até o fim desta semana, entregando o cargo para Rodrigo Garcia – que é o pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo.
Uma parte do partido, entretanto, está disposta a driblar Doria e fazer com que o PSDB lance o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ao Planalto.
E a ideia desse grupo era, segundo aliados de Doria, esperar o governador de SP deixar o cargo para só então iniciar formalmente o movimento para sagrar Eduardo Leite candidato – deixando Doria sem mandato e sem candidatura ao Planalto.
Sentindo-se traído, Doria resolveu contra-atacar, abandonando a disputa presidencial e ficando no cargo de governador.
Com isso, a candidatura de Rodrigo Garcia ficaria comprometida se não fizer a campanha eleitoral no posto de governador. E corre o risco de desidratar. Aliados, como PP e do União Brasil, por exemplo, já discutem migrar para a campanha de Tarcísio Freitas, apoiado por Bolsonaro.
A avaliação é a de que, sem uma candidatura forte, partidos aliados não conseguem fazer bancada de deputados federais em SP.
Sem ser consultado e com seu futuro político ameaçado em meio a esse tiroteio entre Doria e Aécio, Garcia decidiu entregar o cargo de secretário de governo de Doria.
Aliados de Garcia tentam convencer Doria a renunciar ao governo de São Paulo. Um grupo de tucanos também tenta demovê-lo da ideia permanecer no cargo.