Evangélicos bolsonaristas criticam demora para trocar Ribeiro
Foto: Evaristo Sá/AFP
Jair Bolsonaro ficou desgastado entre líderes evangélicos com a demora em demitir o ministro da Educação, Milton Ribeiro, que apresentou pedido de exoneração do cargo na segunda (28). Parlamentares ligados à bancada religiosa que sempre o defenderam se queixam de que o presidente os deixou ‘apanhar’ sozinhos nas redes sociais por causa do escândalo que envolveu pastores e o ministro na distribuição de verbas da educação para prefeituras.
Segundo eles, enquanto pastores e líderes evangélicos eram criticados em imagens e memes que os conectavam com dinheiro e interesses escusos, os bolsonaristas de outras bancadas eram poupados –inclusive os filhos do presidente, Eduardo e Flávio Bolsonaro, que saíram em defesa do então ministro.
Além disso, os parlamentares começaram a ser cobrados por prefeitos por não conseguirem a liberação de recursos no Ministério da Educação –enquanto os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, sem cargo e sem mandato, tinham livre trânsito na pasta e consequente sucesso na obtenção de dinheiro para os municípios.
Ou seja, além de terem a imagem ligada a dinheiro sujo e irregularidades sem ter qualquer envolvimento no escândalo, os pastores que têm mandato ficaram desmoralizados também no aspecto político, já que ficou evidente que eles não tinham prestígio algum no Ministério da Educação.
Apesar do que definem como massacre nas redes, e das manifestações e pedidos insistentes dos religiosos para que Ribeiro fosse afastado do MEC, Bolsonaro ignorou os apelos. Disse ainda que colocava a “cara no fogo” pelo ministro, e retardou a saída dele do governo até onde foi possível.