
Gado não aceita apoio de Bolsonaro a Putin por ser posição “de esquerda”
Foto: Fábio Vieira/Metrópoles
As comparações entre a posição de Jair Bolsonaro e de partidos de esquerda sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia têm incomodado o núcleo duro de aliados do presidente brasileiro.
Nos bastidores, auxiliares de Bolsonaro admitem que a possível semelhança de posições apontada por adversários políticos do presidente vem repercutindo de forma negativa na base bolsonarista.
Auxiliares presidenciais detectaram que a comparação feita por adversários tem colado entre apoiadores de Bolsonaro, fato que acendeu o alerta no entorno do chefe do Palácio do Planalto.
Reação
Preocupado, o núcleo duro do presidente decidiu entrar em campo para conter eventuais prejuízos políticos. A principal reação partiu do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos).
O filho 02 do presidente foi ao Twitter questionar o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre uma postagem de Sergio Moro na qual o ex-juiz aponta semelhança entre as posições de Bolsonaro e da esquerda em relação à Rússia.
O vereador alegou que o antigo aliado do pai compartilhava “fake news” ao dizer que a posição do presidente sobre a Rússia “converge com a da oposição de extrema esquerda”.
– @STF_oficial , tá liberado há quanto tempo? Agências de checagem? Só se tem atitudes contra o outro lado com base nos entendimentos… Os fatos são: asseclas do ex-presidiário e do mágico palestrante PODEM MENTIR À VONTADE QUE NADA ACONTECE! Juntos até debaixo d’água? Será? https://t.co/A9X0pPLGmr
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) March 3, 2022
As comparações com as posições de partidos de esquerda partem do próprio discurso do presidente. No domingo (27/2), por exemplo, Bolsonaro pregou “neutralidade” do Brasil ante a invasão russa da Ucrânia.
Ao mesmo tempo, a dualidade praticada pelo governo ante a crise entre Rússia e Ucrânia serve como munição para a defesa do presidente feita por bolsonaristas.
Aliados do presidente, como Carlos Bolsonaro, utilizam as posições do Brasil no Conselho de Segurança e na Assembleia Geral da ONU para argumentar que Bolsonaro condena a invasão russa.