Inflação de fevereiro bate recorde desde 2015
Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 1,01% em fevereiro. Essa é a maior variação para o mês de fevereiro desde 2015, quando ficou em 1,22%.
Houve aumento de 0,47 ponto percentual em relação a janeiro, mês em que o índice parou em 0,54%. Já em fevereiro de 2021, a variação havia sido de 0,86%.
No ano, o IPCA acumula alta de 1,56% e, nos últimos 12 meses, de 10,54%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Todos os grupos de produtos e serviços registraram alta no segundo mês de 2022. O maior impacto (0,31 ponto percentual) e a maior variação (5,61%) vieram da educação. Nesse grupo são incorporados os reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo.
Na sequência, aparece o grupo alimentação e bebidas (1,28%), que acelerou em relação a janeiro (1,11%) e contribuiu com 0,27 ponto percentual. Destacam-se os aumentos nos preços da batata-inglesa e da cenoura, que tiveram aumento de 23,49% e 55,41%, respectivamente.
Transportes (0,46%), cuja variação havia sido negativa em janeiro (-0,11%), e habitação (0,54%) também se destacaram.
A inflação oficial fechou o ano de 2021 com aumento de 10,06%, a maior taxa desde 2015, quando foi de 10,67%. Também houve estouro do sistema de metas. No ano passado, o alvo central para a inflação era de 3,75%, com margem de tolerância entre 2,25% e 5,25%.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, atribuiu o estouro da meta de inflação em 2021 a uma mistura de fatores: criação da bandeira de energia elétrica de escassez hídrica, alta das commodities e falta de insumos para as cadeias de produção.
Para 2022, a meta central para o IPCA é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%. Para controlar a inflação, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, a Selic, que está atualmente em 10,75% ao ano. A projeção do mercado é de Selic em 12,25% ao ano no fim 2022.
A média das expectativas do mercado para a inflação de 2022 está em 5,65%, mas vários analistas já projetam um IPCA acima de 6% no ano. Caso isso aconteça, pode haver estouro do teto do sistema de metas pelo segundo ano seguido.