Lançamento da candidatura de Lula pode ser no Dia do Trabalhador
Foto: Sérgio Lima
O PT avalia adiar para 1º de maio o lançamento oficial da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, em um grande ato político com as centrais sindicais e movimentos populares. A ideia do partido é anunciar no mesmo evento o apoio de partidos como o PSB, PCdoB, Psol, PV, Rede e Solidariedade, e de setores do MDB e PSD, além do ex-governador Geraldo Alckmin como vice na chapa petista.
A data do lançamento deve ser confirmada em reunião do Diretório Nacional do PT no dia 24. Inicialmente, o PT planejou fazer um grande evento em São Paulo em 9 de abril. Diante da proximidade da data e ainda com acordos partidários a serem acertados, a legenda cogitou adiar para o dia 16, no meio da Páscoa, no sábado de aleluia. Com os feriados da Páscoa e de Tiradentes – que deve ter carnaval no Rio de Janeiro e em São Paulo -, a sigla estuda deixar o evento para o dia do trabalhador, em um ato na rua.
Até o lançamento oficial, Lula deve voltar a viajar com mais frequência pelo país. Aliados do ex-presidente cobram maior presença do petista nas ruas, e o próprio Lula tem dito em entrevistas que quer viajar mais. O petista tem demonstrado preocupação com sua segurança, mas afirmou que isso não o impedirá de fazer campanha..
Amanhã, o ex-presidente estará em Curitiba para participar da filiação do ex-governador Roberto Requião, ex-MDB, ao PT. No sábado, participará de uma evento com movimentos sociais, organizado pelo MST em um assentamento em Londrina. Devem participar militantes que fizeram parte da vigília “Lula Livre”, quando o petista ficou preso por 580 dias em Curitiba.
Na próxima semana, Lula deve ir ao Rio para encontros com políticos e intelectuais, como o pré-candidato Marcelo Freixo (PSB) e o prefeito Eduardo Paes (PSD). Deve participar também das comemorações de 100 anos do PCdoB em Niterói
Em abril, o PT planeja viagens para Minas Gerais e para Estados do Norte e do Nordeste. O calendário de viagens também deve ser acertado na reunião do Diretório Nacional.
Outro tema que deve marcar o encontro partidário é a resistência de setores do PT à indicação de Alckmin para a vice. O discurso deve ser modulado para evitar constrangimentos a Lula.
Sem muitas atividades na rua por conta da pandemia, Lula tem reforçado entrevistas a rádios locais por todo o país e participado de eventos pontuais, como um encontro com mulheres realizado na semana passada em um hotel de São Paulo.
Em meio a costuras políticas e negociações de bastidores, o PT pretende expor mais a imagem de Lula nas inserções partidárias, que devem começar a ser veiculadas no fim do mês. O partido terá 40 inserções de 30 segundos de propaganda partidária no rádio e na TV no primeiro semestre. Segundo o secretário de comunicação do PT, Jilmar Tatto, o foco da propaganda deve ser a defesa do legado dos governos de Lula e de Dilma Rousseff. “Vamos ter muita gente do povo falando sobre como foram os governos petistas e o que fizemos”, diz Tatto. O dirigente afirmou ainda que a propaganda deve falar sobre o aumento da fome, do desemprego e da desigualdade social no governo Jair Bolsonaro, além dos problemas na saúde com a pandemia e a falta de ações do governo.