Leite desconfia que PSD não acredita em sua candidatura
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Dada como certa há algumas semanas, a ideia de o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, trocar o PSDB pelo PSD arrefeceu. O motivo, dizem aliados, é a incerteza quanto à real intenção do partido em bancar uma candidatura presidencial.
Seus aliados dizem que ele mantém a pretenção de ser candidato a presidente. E questionam o que chamam da ambiguidade do presidente do PSD, Gilberto Kassab, quanto a ter um nome alternativo a Lula e Jair Bolsonaro ou apoiar o petista no 1º turno.
A leitura que alguns aliados de Leite fazem é que Kassab precisa de uma candidatura de fora da polarização para não perder o controle do partido no 1º turno.
O PSD tem alas bolsonaristas, como a paranaense, liderada pelo governador Ratinho Júnior, e lulistas, como o diretório baiano, liderado pelo senador Otto Alencar.
Dessa forma, uma candidatura própria de um político com bom trânsito seria a solução para os problemas internos. O objetivo, portanto, não seria construir uma candidatura competitiva.
CANDIDATURA PRESIDENCIAL
Leite, a preços de hoje, ficaria no PSDB. Mesmo tendo perdido as prévias para o governador de São Paulo, João Doria, aliados dizem que ele deve licenciar-se do governo gaúcho. Aí entra a segunda parte do que seus aliados veem como possibilidade de ele emplacar uma candidatura presidencial.
Dizem que o PSDB enfrentará a campanha mais dura desde que assumiu o comando do Estado de São Paulo, em 1994. Com Fernando Haddad turbinado pela desistência de Guilherme Boulos e o possível apoio de Geraldo Alckmin (PSB), possível futuro vice de Lula, avaliam que o PT tem chances reais de vencer.
Por isso, dizem, Doria poderia assumir a liderança das campanhas estaduais para garantir a vitória do seu vice, Rodrigo Garcia, e a hegemonia tucana no maior Estado do país. E, de quebra, emplacar uma candidatura vitoriosa para o Senado no lugar de José Serra.
Aí que entraria a possibilidade de Leite voltar a ser candidato a presidente. Seus aliados não dizem que Doria desistiria da Presidência, mas que adiaria a candidatura. Dizem que ajudaria, inclusive, a reduzir a sempre mencionada rejeição ao tucano paulista. “Seria um gesto de desprendimento”, diz um aliado do gaúcho.
Leite tem até o dia 31 de março para se decidir. A carta do PSDB e os apelos pessoais que ele tem recebido, dizem, pesaram também. A tendência, hoje, é ele continuar no PSDB e deixar o cargo de governador. O que virá a seguir depende de outras variáveis.