Lula atribui críticas a Alckmin a “já ganhou”

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Foto: Marlene Bergamo/Folhapress

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (10) que é preciso dialogar e fazer alianças com figuras políticas para além do campo da esquerda —inclusive com quem votou a favor pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

“Temos que ter habilidade de construir alianças. Se eu não conversar com quem votou pelo impeachment, vou ficar sem falar com ao menos 400 pessoas. Se ganhar, precisaremos ter maioria no Congresso”, disse Lula.

O petista disse ainda que o processo eleitoral “não será fácil” e rejeitou o clima de “já ganhou”. O ex-presidente se reuniu com líderes femininas na manhã desta quinta (10), em São Paulo.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) não participou porque foi acompanhar a posse do novo presidente chileno. No evento, Lula voltou a defender a petista. “Dilma foi uma experiência bem sucedida que depois destruiram. Não podemos desanimar, porque tem mais mulheres vindo aí”, disse Lula.

Intitulado “Mulheres com Lula para Reconstruir o Brasil’, o evento foi organizado pela secretária nacional de mulheres do PT, Anne Moura, pela presidente da legenda, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), e a ex-ministra Eleonora Menicucci.

À Folha Gleisi afirmou que o encontro serve para que Lula reafirme o compromisso que tem com a luta das mulheres. “Para reafirmar pontos programáticos, pensar na recuperação das políticas públicas que tinhámos estabelecido em nossos governos e lamentar a desconstruição delas pelo governo Bolsonaro.”

Gleisi também comentou o lançamento de um programa do governo federal de crédito voltado ao empreeendedorismo entre mulheres, nesta semana, e afirmou que há interesses eleitoreiros por trás.

“Se ele tivesse intenção de fazer políticas para as mulheres, por que não fez no primeiro ano de mandato?”, continuou.

Em cerimônia de homenagem ao Dia da Mulher no Palácio do Planalto, na terça (8), em que anunciou uma série de medidas, Bolsonaro afirmou que a mulher está “praticamente integrada” à sociedade.

As medidas ocorrem em meio à tentativa do chefe do Executivo de diminuir a sua rejeição junto às mulheres, no ano em que buscará se reeleger.

Participaram do evento desta quinta (10) mulheres de mais de 30 entidades, entre elas o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), MMM (Marcha Mundial de Mulheres) e AMB (Articulação das Mulheres Brasileiras), e representantes de partidos como PT, PSOL e PC do B.

Entre elas, as deputadas federais Jandira Feghali (PC do B-RJ), Taliría Petrone (PSOL-RJ), Natália Bonavides (PT-RN) e Alice Portugal (PC do B-BA), e as vereadoras Juliana Cardoso (PT-SP) e Monica Benício (PSOL-RJ).

Em seu discurso, Jandira também defendeu a formação de alianças.

“Precisamos acolher todos aqueles que querem derrotar o fascismo e Bolsonaro. Precisamos ter a compreensão política que o núcleo hegemônico deve ser de esquerda, mas é preciso uma aliança ampla para além de nós para eleger Lula”, disse.

Nesta quarta (9), foi anunciada a decisão de criar uma federação partidária entre PT, PC do B e PV. O PSB ficou de fora.

Esta não é a primeira vez neste ano que Lula se reúne com mulheres. Em fevereiro, ele participou de encontro do qual estiveram presentes nomes como a ex-prefeita Marta Suplicy, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, a chef Bela Gil e a advogada Gabriela Araujo.

Segundo publicações nas redes, o encontro teria durado cerca de quatro horas e ocorrido por iniciativa da socióloga e noiva de Lula, Rosângela da Silva, a Janja.

Folha