Mourão rejeita controle do preço dos combustíveis
Foto: Guilherme Mazui/g1
O vice-presidente Hamilton Mourão criticou nesta segunda-feira (14) a ideia de uma intervenção do governo para frear a alta do preços dos combustíveis. Segundo Mourão, esse tipo de ação é algo que “a gente sabe como começa e o término sempre vai ser uma bagunça”.
Na quinta (10), em meio ao aumento na cotação do petróleo no mercado internacional, reflexo da guerra na Ucrânia, a Petrobras anunciou reajuste de 18,8% para a gasolina e de 24,9% para o diesel. A decisão intensificou os debates que já existiam no governo sobre o risco de inflação no setor.
Segundo Mourão, o governo busca “soluções” junto com o Congresso Nacional para lidar com a situação atual – que, na visão dele, deve melhorar quando terminar a guerra na Ucrânia.
“Intervenção no preço é algo que a gente sabe como começa e o término sempre vai ser uma bagunça, né. O governo está buscando soluções junto com o Congresso, seja aí, mudança do cálculo do ICMS, questão de fundo para estabilização, a redução do PIS-Cofins a zero. Então são soluções que estão sendo buscadas em um momento difícil do mundo que, uma vez solucionada a situação do conflito vivido entre a Rússia e a Ucrânia, a tendência é que o preço volte aos níveis anteriores”, disse.
O presidente Jair Bolsonaro criticou a Petrobras nos últimos dias por causa do reajuste nas refinarias anunciado na semana passada. No sábado, ele declarou que a estatal registra “lucro absurdo” em um “momento atípico no mundo”.
No ano passado, a Petrobras registrou lucro líquido recorde de R$ 106,6 bilhões, valor 1.400,7% maior que o verificado em 2020 (R$ 31,504 bilhões).
Também no sábado, Bolsonaro disse que a empresa “não tem qualquer sensibilidade com a população”.
“Resumindo, ontem a Petrobras aumentou em R$ 0,90 o preço do combustível, lamento, podia ter ficado mais um dia. A Petrobras demonstra que não tem qualquer sensibilidade com a população, é Petrobras Futebol Clube, o resto que se exploda”, disse o presidente.