MST quer eleger deputados para enfrentar latifundiários na Câmara

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Foto: Renoir Sampaio/AG RBS/PAGOS

Pela primeira vez em seus 38 anos de existência, o MST articula uma ampla estratégia nacional para formar uma bancada de deputados estaduais e federais. O movimento, que tem hoje três ex-coordenadores de sua base eleitos na Congresso– deputados Valmir Assunção (PT-BA), João Daniel (PT-SE) e Dionilso Marcon (PT-RS) – planeja lançar candidatos também na maioria dos estados da Federação. O objetivo é começar a criar núcleos agrários para se contrapor à bancada dos ruralistas, que, no plano federal, compõem a Frente Parlamentar Agropecuária.

A busca do MST por representação parlamentar é uma grande guinada na estratégia revolucionária do movimento, que ao longo de sua existência optou pela invasão de fazendas para pressionar os governos. É uma mudança de postura que, aparentemente, já mostra reflexos no campo. Nos últimos três primeiros anos do governo Bolsonaro, entre 2019 e 2021, o Incra registrou 24 invasões de fazendas no país. Foi o menor número de invasões na história dos movimentos sociais no Brasil. Nos dois mandatos de Lula, foram registradas 1.968 invasões. No mandato e meio de Dilma Rousseff, foram 969 invasões. No curto período de Michel Temer à frente da Presidência da República, foram 54 invasões, mais que no governo Bolsonaro todo.

Os nomes dos candidatos já começaram a surgir. No Maranhão, onde é forte o movimento em defesa dos quilombolas, Gilvânia Ferreira, uma das lideranças, anunciou que pretende se candidatar a deputada federal. Rosa Amorim, filha do coordenador nacional do movimento Jaime Amorim, quer disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco. No Rio de Janeiro, Marina dos Santos, também coordenadora do MST, vai tentar uma vaga de deputada federal. Na Bahia, o nome escolhido é de Vera Lúcia Barbosa, militante do movimento.

O PT deve abrigar a maioria dos candidatos do MST.

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