Noblat pede união em torno de Lula

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Foto: Reprodução

Se quiser ser o candidato de uma frente ampla, amplíssima, para derrotar o presidente Jair Bolsonaro em outubro próximo, Lula deverá aceitar o apoio dos que tramaram e votaram a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Ninguém dentro do PT tem dúvida de que ele aceitará o apoio, embora muita gente dentro do PT faça cara feia para isso, a começar pela própria Dilma. Lula está convencido de que ou será assim ou não se elegerá presidente da República pela terceira vez.

E ele não saiu da cadeia em Curitiba e lançou-se candidato para perder. Esse não seria o melhor fecho para sua biografia. A perder, por que não desfrutar o resto da vida na companhia de uma nova mulher e a viajar pelo mundo na condição de injustiçado?

Lula diz que não é possível fazer política olhando a História pelo retrovisor. Ou seja: se Dilma foi vítima de um golpe como ele mesmo disse que foi e o PT repete, o momento exige que se deixe isso pra lá. Não que se esqueça, mas que por ora se deixe pra lá.

É pragmatismo na veia, ou “realpolitik”, um modo de agir na política e na diplomacia que privilegia considerações práticas, em detrimento de noções ideológicas. Dentro e fora do PT, vozes dissonantes atacarão Lula por causa disso? Fazer o quê?

O ex-presidente acha que tem meios e modos de calá-las, mesmo que não as convença com seus argumentos. Ou preferem mais quatro anos de Bolsonaro? O eleitor que apoiou a derrubada de Dilma parece disposto a apoiar a eleição do inventor de Dilma.

É o que importa. Reúnam-se, portanto, a Lula, os não golpistas e os golpistas, os inocentes e os culpados, e a sua fome de justiça, de paz, de redenção do país, de cargos públicos e de favores será saciada na medida do possível. Na urna, voto não tem cor.

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