Partido de Moro não se empenha por sua candidatura

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Foto: Sergio Lima/PODEMOS

Desde janeiro integrantes da equipe de Sergio Moro monitoram as redes sociais dos aliados do ex-juiz para confirmar uma suspeita que há muito ronda o entorno da campanha: a falta de empenho de parlamentares e caciques partidários em prol da candidatura morista. Deputados e senadores que publicamente empenham apoio ao ex-ministro da Justiça na prática tem feito corpo mole para o projeto presidencial, e, às vésperas do fim da janela partidária, aliados próximos a Moro passaram a não descartar a hipótese de ele deixar o Podemos, partido a que se filiou em novembro passado, em busca de uma legenda de maior envergadura.

Além do diagnóstico sobre a apatia de correligionários nas redes sociais e a candidatura estagnada na casa dos 6%, conforme a última pesquisa Genial/Quaest, pesam na campanha a dificuldade na formação de alianças, o baixo tempo de televisão para a propaganda de campanha e o orçamento enxuto – serão 171 milhões de reais de fundo eleitoral para as candidaturas em todo o país. Esposa de Moro, a advogada Rosângela Moro, por exemplo, já externou a interlocutores descontentamento com a postura do Podemos, considerada por ela como pouco colaborativa com o projeto presidencial do marido.

Nos últimos dias, integrantes da equipe de pré-campanha foram dispensados para que o orçamento fosse realocado a outro tipo de serviço. Conforme revelou VEJA há um mês, o ex-juiz reclamou internamente da falta de apetite da legenda em defendê-lo de público, como no caso da briga recente com o Tribunal de Contas da União (TCU), que abriu um procedimento para apurar um suposto conflito de interesses e até suspeitas de sonegação fiscal da época em que, após deixar o Ministério da Justiça, ele atuou na iniciativa privada. Auxiliares da confiança do pré-candidato disseram a VEJA, em caráter reservado, que, diante dos sucessivos desgastes com o Podemos, uma hipótese para tentar turbinar a campanha seria Moro conseguir apoio do União Brasil, embora a sigla tenha notórios oposicionistas do ex-juiz e já esteja articulando aliança com o PSDB e o MDB.

Nos últimos dias ele teve conversas reservadas com o União e tenta medir a temperatura do partido caso ele de fato passe a integrar os quadros da agremiação. O receio não dito por auxiliares é o de o ex-juiz se transferir para o partido e depois não receber garantias de que será candidato à Presidência. A interlocutores, ele já confidenciou que a essa altura da pré-campanha esperava estar com dois dígitos nas pesquisas e consolidado na terceira colocação na corrida presidencial.

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