PSDB suspeita que renúncia de Doria seja estratégia
Foto: Igo Estrela/Metrópoles
Segundo fontes do governo paulista, Doria já comunicou a decisão ao vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), que assumiria o comando do estado nos próximos dias para tentar reeleição em outubro.
Interlocutores de Doria dizem que, embora não pretenda renunciar ao cargo, o atual chefe do Executivo paulista mantém o compromisso de não disputar reeleição ao governo do estado e de apoiar Garcia no pleito de outubro deste ano.
Se confirmada, a decisão de Doria abrirá caminho para que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, passe a figurar como o candidato do PSDB à Presidência da República.
Nesta semana, Leite anunciou que renunciaria ao cargo de governador gaúcho e permaneceria no PSDB para tentar se viabilizar como candidato da chamada “terceira via” ao Palácio do Planalto.
A decisão de Doria irritou bastante Rodrigo Garcia. O atual vice-governador contava com o peso do cargo de governador que assumiria para alavancar sua candidatura ao Palácio dos Bandeirantes.
Pesou, na decisão de Doria, a falta de apoio interno dentro do PSDB à sua candidatura. O governador paulista tem apresentado resultado pífio nas pesquisas, com baixíssima intenção de voto e alta rejeição.
Entre lideranças tucanas aliadas a Eduardo Leite, o movimento de Doria foi visto como uma “jogada” política para pressionar a direção do PSDB a garantir que ele será o candidato da sigla ao Planalto.
Esses tucanos lembram que o prazo previsto pela legislação eleitoral para políticos que disputarão as eleições de outubro deixarem seus cargos só acaba no sábado (2/4). Até lá, tudo ainda pode mudar.