Tentativa do partido de Bolsonaro de censurar festival estimula oposição
Foto: Sérgio Lima/AFP
Integrantes do PL têm tentado botar panos quentes no “climão” interno por causa do tiro no pé que foi a ação contra o festival Lollapalooza no TSE – derrubada ontem após recuo do próprio PL. Enquanto aliados de Jair Bolsonaro esquentam os motores para a pré-campanha da reeleição e já lidam com a forte rejeição, opositores da esquerda à direita usaram a tentativa de impedir manifestações políticas no festival para recuperar o fôlego do “Fora Bolsonaro”, ao menos nas redes. Com o receio de que o clima após a ação possa contagiar movimentos anti-Bolsonaro para além do festival, bolsonaristas deixaram clara a insatisfação a Valdemar Costa Neto e avisaram que querem ter poder de decisão na sigla.
Espaço prioritário de mobilização bolsonarista em 2018, as redes foram tomadas por críticas ao PL, Bolsonaro e, por conta da ação, ao TSE. Segundo levantamento da consultoria Quaest, 91% das menções à decisão foram críticas no Facebook, Twitter e Instagram.
Acusações de censura, ironias e xingamentos contra o presidente puxaram a onda de publicações críticas à situação. O uso do CNPJ errado do festival, na ação do PL, também impulsionou o comportamento.
Artistas engrossaram o caldo: a cantora Anitta, contrária à decisão, foi a mais mencionada (11,4 mil vezes), seguida pela banda Fresno (10,1 mil), que abriu o último dia do festival, após a ação, com críticas ao presidente, e por Pabllo Vittar (8,7 mil), que exibiu toalha com foto de Lula (PT) em sua apresentação.