Weintraub mentiu sobre interesse de Lewandowski em seu imovel
Foto: Nelson Jr./SCO/STF / Agência O Globo
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub preste um novo depoimento à Polícia Federal sobre suas declarações a respeito da venda de uma casa em São Paulo ao ministro do STF Ricardo Lewandowski, depois que a corretora responsável pelo negócio disse que jamais ofereceu o imóvel a Lewandowski. O ministro já havia negado ter visitado o local.
Anteriormente, Weintraub havia dito à Polícia Federal que Lewandowski fez uma oferta para comprar sua residência e teria dito que o ex-ministro da Educação “não vai mais voltar para o Brasil”.
A corretora Rose Mary afirmou à PF que apresentou duas outras casas do mesmo condomínio de Weintraub a Lewandowski, mas que ele não se interessou por elas. Depois disso, a corretora diz ter entrado em contato com a pessoa responsável pela casa de Weintraub, que é o seu advogado e estava residindo no local, para perguntar se havia interesse em colocar o imóvel para locação. Mas, de acordo com seu relato, ela não chegou a oferecer a casa para o ministro.
Também ouvido, o advogado Auro Tanaka relatou que recebeu uma visita da corretora, desacompanhada do ministro Ricardo Lewandowski. O advogado disse que ouviu rumores entre moradores do condomínio de que Lewandowski buscava uma casa no local e, por isso, perguntou à corretora se o cliente seria o ministro do Supremo. Após ter recebido resposta positiva, Tanaka relatou ter dito que dificilmente o negócio se concretizaria por causa das partes envolvidas.
Diante desse panorama, Moraes citou que as declarações proferidas por Weintraub em entrevista eram “fraudulentas” e deu prazo de cinco dias para que a PF tome seu depoimento novamente.
“Verificadas as contradições entre as declarações do requerido e as informações prestadas pelo seu advogado, Auro Hadana Tanaka, e pela corretora Rose Mary, verifico a necessidade de realização de nova inquirição de Abraham Weintraub para completo esclarecimento dos fatos”, escreveu o ministro.