Bolsa despenca e dólar dispara

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Foto: Cris Faga / Agência O Globo

A Bolsa volta a ter forte queda e o dólar opera em alta nesta segunda-feira, chegando a bater a casa dos R$ 4,86, em mais um dia de aversão ao risco nos mercados internacionais. A expectativa de uma aceleração do aperto da política monetária nos Estados Unidos e as preocupações com a situação sanitária na China derrubavam os índices acionários pelo mundo e os preços de commodities importantes, como o petróleo.

Por volta de 10h30, o Ibovespa caía 1,22%, aos 109.721 pontos.

No mesmo horário, a moeda americana tinha alta de 1,08%, negociada a R$ 4,8576, após atingir a máxima de R$ 4,8612.

Os ativos seguiam a trajetória de perdas vista na sexta-feira, quando o dólar subiu 4,04%, registrando sua maior alta diária em mais de dois anos.

Em Xangai, que enfrenta a quinta semana consecutiva de restrições sanitárias, funcionários do governo estão erguendo diversas barreiras de metal em alguns distritos da cidade com intuito de bloquear ruas e entradas de complexos de apartamentos a fim de evitar a disseminação de casos de Covid-19.

Os temores, agora, são que as medidas de isolamento cheguem até a capital Pequim. Na cidade, autoridades anunciaram a realização de testagem em massa a partir desta segunda-feira no distrito de Chaoyang, onde residem mais de 3 milhões de pessoas.

O anúncio desencadeou uma corrida aos supermercados em plena noite de domingo. Como resultado, a Bolsa de Xangai registrou seu pior pregão desde fevereiro de 2020.

À medida que se intensificam e se espalham as medidas restritivas, aumentam as preocupações sobre o crescimento da economia chinesa no ano. A possibilidade de menor demanda do país afeta o mercado de commodities, que possui importante peso para a Bolsa brasileira.

E a perspectiva de menor crescimento, que não se restringe à China, ocorre em meio a um cenário global de inflação elevada. Com isso, os investidores já preveem uma aceleração do ciclo de altas de juros por parte do Federal Reserve, Banco Central americano.

O receio sobre o aperto monetário se intensificou após o presidente do Fed, Jerome Powell, admitir uma elevação de 0,50 ponto percentual é uma opção para as próximas reuniões de política monetária. O Fed volta a se reunir no início do próximo mês.

Entre as ações, as ordinárias da Petrobras (PETR3. com direito a voto) caíam 1,26% e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto), 1,96%.

As ordinárias da Vale (VALE3) cediam 2,16% e as da Siderúrgica Nacional (CSNA3), 2,41%.

As preferenciais da Usiminas (USIM5) caíam 1,68%.

No setor financeiro, as preferenciais do Itaú (ITUB4) e do Bradesco (BBDC4) tinham quedas de 1,13% e 0,78%, respectivamente.

Os preços dos contratos futuros do petróleo operavam com forte queda pela manhã com possibilidade de que novos lockdowns na China afetem a demanda pela commodity.

Por volta de 10h20, no horário de Brasília, o preço para o contrato de junho do petróleo tipo Brent caía 5,20%, negociado a US$ 101,10, o barril.

Já o preço para o mesmo mês do tipo WTI cedia 5,20%, cotado a US$ 96,76, o barril.

Na Europa, as bolsas operavam com baixas, acompanhando o sentimento negativo vindo da Ásia.

Por volta de 10h30, em Brasília, a Bolsa de Londres cedia 1,46%. Em Frankfurt e Paris, ocorriam quedas de 0,91% e 1,34%, respectivamente.

As bolsas asiáticas fecharam com baixas, com temores a respeito da adoção de novos lockdows na China.

O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caiu 1,90%. Em Hong Kong, houve baixa de 3,73% e, na China, de 5,13%.

O Globo