Bolsonaro agora quer tornar “crime” criticar os militares
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou sua live semanal nesta quinta-feira (14/4) para reclamar de críticas às Forças Armadas após a revelação da compra, pelos militares, de itens como Viagra, próteses penianas e injeções de Botox.
“Isso é um crime contras as Forças Armadas, que não são minhas, são de todos nós. Forças Armadas que têm uma história. Não essa [história] contada pela esquerda, mas de vitórias, de luta, de garantir nossa democracia”, disse Bolsonaro, que usou parte da transmissão semanal que faz pelas redes sociais para justificar os gastos dos militares brasileiros.
“Eu fiquei chateado, não como capitão do Exército, mas como cidadão brasileiro [por] parte da mídia atacar as Forças Armadas: ‘compraram Viagra’. Ô, jornalistas, pelo amor de Deus. O Viagra é usado contra hipertensão arterial, entre tantas outras coisas”, iniciou ele.
“Também a questão do Botox, que bateram muito nas Forças Armadas. O Botox serve para patologias neurológicas, espasmos, Doença de Parkinson”, disse o presidente, que lia um papel com esses dados.
O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) apresentou, no último dia 11 de abril, requerimento pedindo explicações ao Ministério da Defesa sobre processos de compra de 35.320 comprimidos de Viagra para atender às Forças Armadas. O remédio costuma ser usado para tratar disfunção erétil.
Após essa primeira notícia, o parlamentar e órgãos de imprensa passaram a conferir as listas de compras dos militares e também encontraram produtos normalmente usados em tratamentos estéticos, além de remédio para calvície, carnes nobres e até próteses penianas.
“Foram duas [próteses penianas] compradas ano passado”, afirmou Bolsonaro, na live. “Abriu-se licitação para comprar aproximadamente 30, mas não quer dizer que comprou. Não comprou 30. Ano passado foram duas. E pra que usar? Às vezes o cara faz uma cirurgia de próstata e passa a ter disfunção erétil. Por que não dar essa prótese pra ele? E tem gente também, não sei se serve para isso, mas tem gente que tem fratura no pênis. E parece, não tenho certeza, que se usa a prótese peniana pra isso”, justificou Bolsonaro.
“E, os militares, eu incluso, a gente desconta todo mês uma porcentagem do salário e, quando há um procedimento cirúrgico, desconta mais ou menos 20% daquele procedimento. E o dinheiro é nosso”, complementou o presidente.
“Agora vem os memes, as brincadeira. Um até gostei: a nossa pílula jamais será vermelha, aí tem a pílula azul do Viagra”, concluiu Bolsonaro.