Ciro terá vice conservador após criticar Lula por aliar-se a Alckmin
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Terceiro melhor colocado nas pesquisas presidenciais, Ciro Gomes (PDT) poderá repetir a manobra petista em sua campanha. Com o declínio de Sergio Moro (União ) na corrida ao Palácio do Planalto, a possibilidade de aliança com membros da terceira via fica cada vez mais evidente. O irmão dele, senador Cid Gomes (PDT-CE), sonha com a junção das forças, especialmente com o União Brasil.
“Nós não temos preconceito em governar com partidos que não tenham a mesma ideologia nossa. Somos capazes de publicamente dizer: estou abrindo mão disso aqui que eu defendo para conciliar com a força política tal que tem uma visão diferente disso. Um pragmatismo puro, aberto, transparente dizer ‘eu abro mão dessa questão’. Mas, aí, o União Brasil vai se aliar ao PDT? Eu acho viabilissímo que o maior partido do Brasil tenha um vice-presidente na chapa”, afirmou.
Segundo o senador, Ciro já começou a abrir esse diálogo, citando encontros recentes com o presidente do União, Luciano Bivar e o presidente do PSD, Gilberto Kassab. O pedetista também almoçou na quarta-feira (6/4) com o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“Eu acho que a gente tem mais amigos em comum (com o PSD). Temos boa relação no Ceará, em Minas, no Rio de Janeiro”, disse. Sobre Bivar, o parlamentar afirmou que o admira “porque é uma pessoa de palavra”. “Finalmente um político pernambucano com palavra”, afirmou a jornalistas nesta quinta-feira (7/4).
De acordo com Cid Gomes, o ideal seria que todos os partidos que ainda não tem definição de candidato e que compreendem um quadro de que, se ficarem parados, só colaborarão para a polarização. Segundo ele, é preciso enxergar a possibilidade de conciliação e abrir mão de propostas em prol da meta do projeto conjunto, ainda que seja algo estrutural.
“Nós somos profissionais, Ciro já foi governador do estado, com experiência. Eu acho que é isso que a gente está precisando fazer. Nós estamos dispostos a participar e buscar apoio”, destacou. Cid continuou dizendo que, prova dessa “capacidade de diálogo” são as alianças que têm no Ceará, que, segundo ele, “inclui desde PT, PCdoB até o Republicanos”.
Ao ser questionado sobre os próximos passos de Ciro Gomes nesse sentido, Cid respondeu sobre uma aliança que “tem tudo a ver com o Ciro”. O senador explicou que a senadora Leila Barros (PDT) será pré-candidata ao governo do Distrito Federal pelo partido e está buscando formar aliança com o senador Reguffe (União) e com o senador Izalci Lucas (PSDB) – ambos também postulantes ao Buriti.
Mesmo assim, o parlamentar argumentou que o irmão ainda tem tempo para isso. Até mesmo na possível aliança com o candidato escolhido pelas conversas entre MDB, PSDB e União, que pretendem divulgar um nome no dia 18 de maio, não será a palavra final.
“A política usa o calendário. Você vai começar a definir, mas oficializar só no dia 20 de julho. Se você quiser definir uma coisa hoje, não está valendo. Pode ter certeza que boa parte das definições, menos as que já estão, como PT e PL, só lá para frente. Os outros, a meu ver, só lá na frente”, declarou. Na avaliação do parlamentar, a exceção seria se os outros partidos bancassem seus candidatos. “Eu acho que todos estão se colocando legitimamente e buscam o feedback da população. Óbvio que dá visibilidade”.