Eleitor já decidiu que a escolha é entre Lula e Bolsonaro, dizem pesquisas

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Ricardo Stuckert e Clauber Cleber Caetano/Divulgação

Os dados da última pesquisa Genial/Quaest, divulgados nesta quinta-feira, mostram uma janela cada vez mais estreita para quem tem a pretensão de se firmar como terceira via na corrida presidencial. Os números apontam que diminuiu o número de brasileiros que não aceitam votar nem no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nem no presidente Jair Bolsonaro. Na última pesquisa, a turma do “nem-nem” somava 25%. Agora, esse número passou para 19%.

São vários os fatores que ajudam a explicar esse cenário. Até agora, os partidos de centro que se apresentam para a corrida custam a encontrar uma receita para romper o Fla x Flu entre Lula e Bolsonaro. O primeiro aparece na pesquisa com 45% das intenções de voto, o segundo tem 31%.

MDB, PSDB e União Brasil falam em uma candidatura única, mas a demora do grupo em chegar a um consenso empurrou qualquer definição para maio. Sergio Moro foi empurrado para fora da corrida; João Doria trava uma disputa interna com Eduardo Leite; Simone Tebet ainda custa a convencer seu próprio partido a bancar a empreitada. Ainda no pelotão do meio, Ciro Gomes mantém-se firme, mas dá poucos sinais de movimentação.

Do lado de Lula, tem seu peso o movimento que a campanha petista vem fazendo em direção ao centro, um plano que tem como maior expressão a aliança que resultará na indicação de Geraldo Alckmin como vice. Mas vale notar que o ex-presidente ainda segue jogando na sua zona de conforto, com uma exposição limitada e uma agenda restrita a movimentos sociais e grupos simpáticos à sua candidatura.

Do lado de Bolsonaro, a recuperação do presidente fica evidente nas pesquisas, mesmo que num ritmo inferior ao que sua campanha desejaria. Na pesquisa Quaest, Bolsonaro parece recuperar parte dos votos deixados por Moro. Ganhou cinco pontos, reduzindo a distância em relação a Lula. Há sinais de um crescimento em setores beneficiados por medidas desenhadas especificamente para ganhar votos, como o Bolsa Família turbinado e rebatizado de Auxílio Brasil.

Uma das poucas vantagens que ainda restam à terceira via é que o quadro de candidaturas ainda não se consolidou, mesmo a seis meses da eleição. Mas, se seguirem fracionados, partidos de centro correm o risco de se deparar com uma janela ainda menor para romper a polarização.

Veja