Lula não abre mão de Franklin Martins apesar da rejeição no PT

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Foto: Bruno Poletti -15.set.2016/Folhapress

A pressão sobre Lula para que ele modifique o marketing de sua pré-campanha à Presidência da República aumentou nesta semana.

Lideranças do PT e do entorno do ex-presidente fazem críticas duras às peças publicitárias que já foram ao ar, e que levam a assinatura do jornalista e marqueteiro Augusto Fonseca.

Dizem que ela é desastrosa, além de cara. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, por sua vez, já admitiu que a comunicação tem “problemas”, e que eles serão ajustados.

O slogan “se a gente quiser, a gente pode”, criado por Fonseca, foi considerado uma cópia mal feita e a versão barata do lema da primeira campanha de Barack Obama à presidência dos EUA, “Yes, we can [sim, nós podemos]”.

Os valores estimados para a campanha publicitária também são alvo de calorosos debates internos.
Eles poderiam chegar a R$ 45 milhões, ou quase o dobro do que lideranças do partido imaginavam que ela custaria aos cofres da legenda.

Fonseca foi indicado pelo jornalista Franklin Martins, que hoje coordena a comunicação da campanha de Lula.

Ele foi ministro de Comunicação do ex-presidente e tem o respeito e a confiança pessoal de Lula.

O petista tem ainda por ele um enorme afeto, segundo interlocutores próximos.

Por essa razão, o ex-presidente ainda reluta em tomar uma decisão drástica.

As pressões, no entanto, se avolumam a cada dia. E não estão restritas ao secretário nacional de Comunicação do PT, Jilmar Tatto –o primeiro a verbalizar as críticas contra Franklin e Fonseca.

A comunicação é considerada essencial para uma campanha que, na avaliação dos petistas, será dura e enfrentará uma máquina azeitada de seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro.

Além das falhas, petistas enxergam um problema adicional: Franklin Martins mal fala com lideranças da legenda, o que dificulta uma colaboração mais ampla e eficiente.

Lula já admite a troca de Fonseca. Mas até agora tem sinalizado que pretende manter Franklin Martins em sua equipe de assessores próximos.

A esperança de lideranças do PT é que, caso Fonseca seja afastado, Franklin Martins também peça para sair de suas funções, o que facilitaria o desfecho da crise.

Folha