PL paulista se divide entre o candidato de Bolsonaro e o candidato do PSDB

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Governo do Estado de São Paulo

Uma ala do partido de Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo decidiu declarar apoio ao governador Rodrigo Garcia (PSDB) na corrida ao Palácio dos Bandeirantes. Oficialmente, o partido deve apoiar o candidato do presidente para o posto, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Com a entrada de bolsonaristas na janela partidária, o PL inflou e se tornou a maior bancada da Assembleia Legislativa de São Paulo, com 17 nomes. De acordo com aliados do governador, 7 deles declararam apoio a Rodrigo —um evento na noite desta terça-feira (5), em Suzano (SP), formalizou o embarque na campanha tucana.

Também eram esperados no evento dois deputados federais, cerca de 30 prefeitos e 80 vereadores do partido, o que engrossa a dissidência pró-Rodrigo no PL. O partido chegou a fazer convite para que Tarcísio se filiasse, mas o ex-ministro optou pelo Republicanos.

Antes de abrigar os bolsonaristas, o PL fez parte da base de apoio do governo João Doria (PSDB), de quem Rodrigo era vice.

Dos sete deputados que apoiam Rodrigo, quatro fazem parte do PL original —outros três vieram de PSD, PSB e DEM. Nenhum deles, portanto, integram a bancada bolsonarista que se abrigou no PL oriunda sobretudo do PSL (atual União Brasil).

Após o fechamento da janela partidária no sábado (2), o PL passou a ser a legenda de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, e de outros bolsonaristas paulistas como Carla Zambelli e Gil Diniz.

Na chegada ao evento, Rodrigo declarou apenas estar feliz em receber os apoios e evitou falar sobre as eleições. “Eu vim na pessoa física”, disse ele, que assumiu o cargo de governador na semana passada.

O governador afirmou ainda que Edson Aparecido, ex-secretário municipal da Saúde em São Paulo, “é um grande nome para vice-governador”. A indicação de Aparecido, que trocou o PSDB pelo MDB, para a chapa foi adiantada pela coluna Mônica Bergamo.

“Os deputados que eram do PL antes da vinda de Bolsonaro tinham esse compromisso firmado com Rodrigo. Foi um gesto importante. Uma parte do PL está cumprindo o compromisso, está sendo leal”, afirmou o deputado estadual Alex de Madureira à Folha.

“Eu, que era do PSD, fui eleito na base e continuei com o mesmo pensamento e atuação. Eu conheço muito o Rodrigo, e ele conhece São Paulo como ninguém”, completou.

Madureira afirmou não temer punição da parte do PL por não apoiar Tarcísio e disse que o partido deixou os deputados liberados para permanecer na base tucana. O líder do PL na Assembleia, Ricardo Madalena, é um dos que declarou apoio a Rodrigo no evento.

Nos bastidores, deputados do PL em São Paulo afirmam que fazer parte da base garante atendimento a demandas, emendas e pleitos das cidades onde atuam. Além disso, Rodrigo manteve os cargos indicados pelo PL no governo ao assumir.

Apoiado pela máquina do governo, responsável por liberar verba para as prefeituras, Rodrigo é o nome preferido entre a maioria dos prefeitos de São Paulo.

O governador já havia provocado racha também no Podemos, que ensaia uma candidatura própria no estado —prefeitos e deputados do partido jantaram com o então vice para demonstrar apoio. Rodrigo espera ainda apoios dissidentes no Republicanos e no PP.

Folha