Bolsonaro ignora lei eleitoral e pede doações fora de hora e para empresas

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Foto: Reprodução

Fora da agenda oficial, Jair Bolsonaro teve um encontro com produtores rurais no sábado à tarde, em uma mansão no Lago Sul, em Brasília, onde o propósito era atrair patrocinadores para a sua reeleição. O almoço foi na casa do empresário Fernando Marques, dono da União Química. Convocado por nomes como Maurício Tonhá, dono da leiloeira de gado Estância Bahia, em grupos de WhatsApp, o evento tinha na plateia o cacique do PL, Valdemar Costa Neto, e produtores dispostos a financiar Bolsonaro. Eles fazem parte do mesmo grupo de Bruno Scheid, que, como mostrou o Estadão, esteve no Palácio do Planalto pelo menos 11 vezes desde setembro de 2021, e foi apontado como arrecadador de doações para Bolsonaro.

Políticos já podem organizar vaquinhas para financiar gastos da pré-campanha, mas ainda não podem pedir votos. Doações de empresas são proibidas, e as de pessoas físicas só podem ser feitas após o registro oficial das candidaturas na Justiça Eleitoral, o que ocorre depois das convenções partidárias, em julho e agosto.

Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, participou do evento. Após uma oração, puxada por um pecuarista, o presidente fez um breve discurso, no qual tratou o encontro com Elon Musk e a presença na Marcha para Jesus, em Curitiba, como atos de campanha.

A aproximação de Bolsonaro com este grupo, que neste evento se autointitulou Grupo dos 100, incomoda aliados, que veem a ação de ruralistas com pouca ou nenhuma representatividade no agronegócio.

Jair Bolsonaro, presidente da República, discursou em evento com ruralistas para arrecadar recursos para a sua campanha de reeleição. Na foto, com Tereza Cristina e Maurício Tonhá

Estadão