Datafolha: 72% são contra o armamentismo
Foto: Edilson Dantas / O Globo
Dados de pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira mostram que 72% dos brasileiros não acreditam que armas trazem mais segurança. O levantamento mostrou ainda que uma a cada 10 pessoas, em média, discorda de políticas públicas que aumentem o acesso a armamentos, uma das bandeiras defendias por Jair Boslonaro. Já a frase dita diversas vezes pelo presidente “O povo armado jamais será escravizado” é rejeitada por 69% da população.
A pesquisa ouviu 2.556 pessoas em 181 cidades e questionou se elas acreditavam na frase “a sociedade seria mais segura se as pessoas andassem armadas para se proteger da violência”. Do total, 72% dos entrevistados discordaram da afirmação, com rejeição maior entre mulheres (78%), pessoas que se autodeclararam pretas (78%) e entre quem tem renda até dois salários mínimos (75%). Entre os apoiadores, o percentual foi maior entre os homens (32%), entre moradores da Região Norte (33%) e com renda familiar superior a dez salários mínimos (37%).
Outra frase testada foi “O povo armado jamais será escravizado”, já dita pelo presidente. O percentual de discordância foi de 69%, contra 28% que concordam. A rejeição é maior entre mulheres (73%), no Sudeste (73%) e entre pessoas autodeclaradas negras (73%). Bolsonaro falou a frase durante reunião ministerial em maio de 2020, ao defender a assinatura de uma portaria que aumentou a quantidade máxima de munições permitidas para compra no país. Ele repetiu a declaração em uma conversa com apoiadores em agosto de 2021, em meio a uma crise com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Sobre a afirmação de que “É preciso facilitar o acesso de pessoas às armas”, 71% dos entrevistados respondeu descordar, enquanto 28% concorda e 1% não soube responder.