Deputado bolsonarista defende que Forças Armadas “interfiram” no TSE

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Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

O deputado federal bolsonarista Coronel Tadeu (PL-SP) defendeu, em entrevista na última sexta-feira (29), que as Forças Armadas interfiram no processo eleitoral caso o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não corrija “falhas” no modelo de votação.

“Fica a missão do TSE de corrigir essas falhas. E aí, para que isso seja feito, eles têm de abrir essa caixa de Pandora de tudo quanto é jeito, porque ninguém entra lá, é somente eles”, afirmou Tadeu à rádio Jovem Pan de Bauru (SP).

Segundo ele, “as Forças Armadas estão praticamente de plantão esperando as ações do TSE”.

“É muito pouco tempo para eles [TSE] agirem com extrema rapidez, porque senão deve haver alguma interferência um pouco mais contundente das Forças Armadas nesse processo eleitoral”, declarou.

O parlamentar disse ainda que confia na capacidade técnica dos militares. “Eu confio muito nas Forças Armadas, principalmente na qualificação técnica dos militares, que estão dando todo suporte para que essas eleições aconteçam com a maior transparência possível. Porque a gente sabe que só as urnas não dão a transparência que a gente quer, que o povo quer”, disse.

O presidente Jair Bolsonaro e seus aliados têm feito diversas críticas à confiabilidade das urnas eletrônicas, ameaçando inclusive não reconhecer uma eventual derrota em outubro. Isso embora não tenha havido casos de fraude comprovada desde sua implantação, em 1996.

Um representante das Forças Armadas participa do comitê de transparência eleitoral criado pelo TSE. Na semana passada, o ministro do STF Luís Roberto Barroso acusou os militares de estarem sendo orientados a atacar as urnas. Em resposta, o Ministério da Defesa soltou uma nota repudiando as declarações.

Ao Painel, Tadeu disse que estava se referindo a uma interferência “técnica” dos militares no processo. “As Forças Armadas foram convidadas a participar do processo eleitoral. Querem ver o processo item por item, detalhe por detalhe. Fizeram apontamentos importantes. O TSE vai passar por cima ou vai considerar?”, afirmou.

Caso não haja correções no processo, declarou o parlamentar, os militares precisarão atuar de alguma forma. “Vão ter que atuar, porque são garantidores da democracia. Não sei como, mas alguma coisa precisa ser feita. Não pode deixar a coisa tão solta assim”, disse.

Folha