McDonalds deixa a Rússia definitivamente
Foto: Peter Turnley/Corbis/VCG/Getty Images
Dois meses após anunciar a suspensão da atividade das mais de suas 850 lojas em território russo, o McDonald’s decidiu deixar o país de Vladmir Putin em definitivo. O fim do McDonald’s na Rússia, além de ser um baque para os empregos no setor de serviços, também tem um peso simbólico enorme para os russos. A rede de fast-food foi uma das primeiras marcas ocidentais a se estabelecer no país, após a dissolução da União Soviética. A inauguração da loja na Praça Pushkin, em Moscou, no ano de 1990, formou filas e até pouco tempo atrás era um ponto turístico russo.
Com a invasão da Ucrânia, Putin leva o país ao passado, perdendo uma grande cadeia internacional. Desde o início da guerra na Ucrânia, dezenas de multinacionais suspenderam ou encerraram a sua operação na Rússia, isolando economicamente o país e sua população.
Em comunicado, o McDonald’s informou que iniciou um processo de venda depois de fechar temporariamente seus restaurantes e, com isso, terá uma baixa de 1,2 bilhão de dólares a 1,4 bilhão de dólares pela mudança. Fatia significativa da receita anual do McDonald’s foi afetada pela invasão de Putin à Ucrânia. Ao todo, 9% da receita, ou 2,1 bilhões de dólares, vinham das operações na Rússia e na Ucrânia.
Enquanto isso, busca um comprador para a operação que contém 850 pontos de venda espalhados pela Rússia, o McDonald’s começa a sua saída. Haverá a remoção de nome, logotipo, marca e cardápio do McDonald’s. Assim como após o anúncio da suspensão, o McDonald’s disse que continuará pagando funcionários locais enquanto procura um comprador, ao todo, a loja emprega 62.000 pessoas. Ainda de acordo com o comunicado, a empresa disse que espera que a margem operacional fique na faixa de 40% como resultado da cobrança da Rússia.
Com o prolongamento da guerra, os anúncios de suspensão nos negócios tem se tornado definitivo. A montadora francesa Renault anunciou também nesta segunda-feira em transferir seus negócios russos de 2,2 bilhões de euros — incluindo o produtor da marca Lada — para entidades estatais por uma quantia simbólica, o que equivale a uma nacionalização da operação. “Tomamos uma decisão difícil, mas necessária”, disse o CEO da companhia Luca de Meo. Segundo ele, a cessão dos ativos para a Rússia é uma “escolha responsável” em relação a seus 45 mil funcionários no país.
A cadeia de fast-food disse que a crise humanitária na Ucrânia e o ambiente operacional imprevisível resultante significavam que não era mais sustentável operar na Rússia, “nem é consistente com os valores do McDonald’s”.