Acusado de assédio sexual, presidente da Caixa deixa o cargo hoje
Foto: Adriano Machado | Reuters
Pedro Guimarães, presidente da Caixa desde 2019, está fora do governo. Abatido pelas denúncias de assédio sexual feitas por funcionárias do banco, Guimarães será obrigado a pedir demissão. Jair Bolsonaro bateu o martelo há pouco numa reunião no Palácio da Alvorada. E o anúncio oficial acontecerá na hora do almoço.
A decisão era esperada desde ontem. Primeiro, porque seria inadmissível que permanecesse no comando do banco enquanto essas denúncias estão sendo investigadas pelo MPF. E também por causa do potencial de estrago que o caso pode ter na campanha à reeleição de Jair Bolsonaro — mais especificamente sobre o eleitorado feminino, notoriamente arredio ao presidente.
Bolsonaro estava em reunião ontem no Palácio do Alvorada quando recebeu, pouco antes das 18h, a notícia sobre as denúncias. A informação chegou pelo celular, mais precisamente por WhastApp. Bolsonaro mudou o seu semblante imediatamente. Aparentou, segundo relatos, estar desnorteado.
Logo depois, o próprio Pedro Guimarães, mesmo sem ter sido convocado, surgiu no Alvorada para tentar se explicar. Ficou por algum tempo em outra sala, enquanto Bolsonaro permanecia em reunião. Logo depois, no entanto, Bolsonaro reuniu-se a sós com um pálido Guimarães.
Em meio a esse clima de tensão, Bolsonaro foi aconselhado a demitir o mais rápido possível o presidente da Caixa. O presidente concordou que era caso de demissão, mas disse a interlocutores que o faria assim que tivesse 100% de certeza de que a notícia não era uma “armação política”.
Pedro Guimarães será até a hora do almoço ex-presidente da Caixa. Como último ato, está participando de uma cerimônia de lançamento do programa de financiamento do banco à safra agrícola 2022/23 — o que irritou mais ainda Bolsonaro.