Bolsonarismo espera que “teto” do ICMS ajude seus candidatos

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Foto: Getty Images/Rodrigo Capote

Não é só Jair Bolsonaro que espera lucrar politicamente com o teto no ICMS de combustíveis e energia. Governistas preveem que a aprovação do projeto favoreça candidatos a governos estaduais que são aliados do presidente e não têm apresentado bom desempenho nas pesquisas. Um deles é Major Vitor Hugo (PL), aposta de Bolsonaro em Goiás que não decolou. Mas vale também para Tarcísio de Freitas (SP) e Marcos Rogério (RO). A ideia é que suas campanhas possam atacar adversários que se opõem à medida. O tema é espinhoso. O receio de confrontá-lo se expressa também no grupo dos governadores no WhatsApp. Quase a metade não se manifestou até agora, mesmo com o risco de perder receita no mês que vem.

A proposta apresentada por Bolsonaro ontem de emendar a Constituição para reduzir a zero os tributos que incidem sobre diesel, gasolina e gás de cozinha é tratada com descrença por senadores da oposição e governadores. Eles dizem que o texto não existe, e que Paulo Guedes lançou a ideia para pressionar líderes regionais a aceitarem o projeto em debate no Senado do jeito que está.

Governistas temem que não haja tempo de aprovar a PEC antes do recesso parlamentar, em julho. A votação depende de aprovação de três quintos das duas Casas em dois turnos. Há feriado e festas juninas até lá.

Eduardo Braga (MDB-AM) foi destacado por governadores para tentar salvar algo no texto que está sendo costurado por Fernando Bezerra (MDB-PE). Um ponto é como compensar Estados que não têm dívida.

Jaques Wagner, senador (PT-BA)

“Esse debate do ICMS será difícil, porque se cria uma falsa dicotomia: quem é a favor e quem é contra baixar imposto e preço. Não é essa a questão.”

Estadão