Bolsonaro exige que Guedes invente fórmula para baixar combustíveis
Foto: Antonio Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo
A proposta do governo de Jair Bolsonaro (PL) para compensar os estados que zerarem Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre diesel e gás de cozinha, apresentada na segunda-feira (6) surgiu de improviso e de um ultimato feito ao ministro da Economia, Paulo Guedes pela ala política do Planalto – que cuida também da reeleição do presidente.
Essa ala avalia que o prazo para corrigir a campanha à reeleição de forma a evitar uma derrota para Lula (PT) ainda no 1º turno – como indicou o Datafolha no fim de maio – é curto e, sem uma ação contundente e imediata na economia, esse cenário pode se tornar irreversível.
O grupo queria que o governo apresentasse uma proposta ainda mais agressiva, que previsse zerar o ICMS também sobre a energia e a gasolina – e não só sobre diesel e gás de cozinha, como consta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada por Bolsonaro na segunda. Mas Paulo Guedes segurou.
Ainda assim, a ala política – que quer Paulo Guedes longe num eventual segundo mandato – considera que conseguiu uma vitória sobre o Ministério da Economia. A proposta atual, da forma como está, vai custar de R$ 25 bilhões a R$ 50 bilhões em repasses da União para estados e municípios.
Agora, o Planalto espera que a pressão eleitoral contribua para que o Congresso aprove a PEC, e rápido. Nos dizeres de um interlocutor do presidente Bolsonaro, de olho em outubro, nenhum parlamentar vai votar contra um projeto que compensa a redução de impostos.
Por isso, a presença do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no anúncio da PEC, ao lado de Bolsonaro, mesmo tendo sido convidado em cima da hora, foi comemorada como um indicativo de que haverá boa vontade na Casa com o projeto governista.