Campanha de Lula vai mudar redação sobre reforma trabalhista
Foto: O Globo
O parágrafo que trata da reforma trabalhista no documento de diretrizes do programa de governo da pré-candidatura de Lula e Geraldo Alckmin deve ganhar uma nova redação. O termo “revogação” é fruto de divergência entre os partidos da aliança. O objetivo da nova redação seria enfatizar mais os itens que constarão de uma nova lei do que a revogação por si só.
O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, chegou a dizer num evento com Lula, em maio, que o pré-candidato do PT deveria esquecer a reforma trabalhista. Já o PSOL colocou a revogação como condição para apoiar o petista.
Uma das propostas em estudo é usar o documento elaborado este ano pela conferência de nove centrais sindicais, o Conclat, que fala em “revogar os marcos regressivos” da reforma trabalhista. Paulinho é presidente de honra da Força Sindical, uma das centrais que redigiu o documento.
O texto preliminar das diretrizes para a elaboração do programa de governo da chapa Lula-Alckmin, divulgado na segunda-feira, defende “a revogação da reforma trabalhista feita no governo Temer e a construção de uma nova legislação trabalhista, a partir da negociação tripartite”.
Em reunião na quinta-feira, os partidos apresentaram emendas para o texto preliminar. Ao longo do fim de semana, os representantes de PT, PCdoB, PV, PSOL,PSB, Solidariedade, Rede e PSOL voltarão a se reunir para debater os itens que serão alterados.
A divulgação das diretrizes do programa de governo antes que os partidos apresentassem suas emendas provocou mal-estar entre os representantes das siglas. Houve incômodo por causa da circulação de um texto ainda preliminar.
A expectativa agora é que as outras mudanças se deem mais em torno da redação do que do conteúdo.
O texto divulgado na segunda-feira trata também, entre outros temas, da revogação da teto de gastos, além de defender o papel das empresas estatais na promoção do desenvolvimento.