Ciro perde mais um apoio para Lula
Foto: Guito Moreto
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), tenta construir um segundo palanque para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Rio. A proposta foi feita ao petista durante encontro nesta segunda-feira (20) entre os dois. Na ocasião, Paes informou que não pretende desistir da candidatura de Felipe Santa Cruz (PSD) para governador e ofereceu mais um palanque no Rio, desde que Lula não se posicione apenas por Marcelo Freixo (PSB), na disputa ao Palácio Guanabara. Lula, aliado de Freixo, tentou atrair Paes para a coligação, que já convidou o ex-prefeito César Maia (PSDB) para vice. Apesar da negativa, o prefeito afirmou que gostaria de tê-lo como aliado.
A dobradinha com Santa Cruz — filho de Fernando Santa Cruz, desaparecido durante a ditadura militar — reforçaria a luta do ex-presidente no Rio contra o bolsonarismo, representado pela candidatura de Cláudio Castro (PL) à reeleição. O ex-presidente, no entanto, disse não ter como responder imediatamente à proposta. O convite a Lula indica uma mudança de Paes em relação à disputa nacional. Antes alinhado a Ciro Gomes (PDT), enquanto tentava construir uma aliança entre Santa Cruz e o ex-prefeito de Niterói, o pedetista Rodrigo Neves, Paes agora tenta se atrelar a Lula, que lidera as pesquisas de intenção de votos.
Setores do PT fluminense não veem com bons olhos essa possibilidade levantada por Paes por entenderem que é mais vantajoso reproduzir na disputa fluminense a polarização no cenário nacional.
Lula tenta atrair Paes para a coligação de Freixo e, de quebra, solucionar o mal-estar gerado por uma possível decisão de Maia pela candidatura do pessebista, já que Santa Cruz também o cortejou para vice. Pessoas próximas à família Maia afirmam que o filho de Cesar e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (PSDB), endossa a aliança com Freixo, que está tecnicamente empatado com Castro na liderança das pesquisas de intenção de voto.
Por ter sido alvo frequente de Jair Bolsonaro (PL), enquanto ocupou a presidência da Câmara, interessaria a Rodrigo a posição de oposição aos ideais do presidente no estado da família.
Procurado para comentar a negativa ao convite de Lula, Paes não respondeu.