Desemprego aumentou no primeiro trimestre
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
O Brasil gerou 196,9 mil empregos com carteira assinada em abril deste ano, informou nesta segunda-feira (6) o Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
De acordo com o governo, esse é o resultado da diferença entre 1,85 milhão de contratações e 1,66 milhão de demissões registrados naquele mês.
Houve melhora em relação ao verificado no mesmo mês do ano passado, quando foram abertos 89,5 mil empregos.
Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de abril deveriam ter sido divulgados em maio. Segundo o governo, a demora se deve a um atraso da Dataprev no repasse de informações devido à necessidade de realizar um novo processamento de dados.
A Dataprev é uma empresa pública que fornece soluções de tecnologia da informação e comunicação para o governo.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil caiu para 10,5% no trimestre encerrado em abril, para o menor nível desde 2016. Mas a falta de trabalho ainda atinge 11,3 milhões de brasileiros.
Assista a reportagem sobre os dados do desemprego no Brasil.
O secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Bruno Dalcolmo, lembrou que o Brasil passava pelo pico dos casos de Covid-19 em abril do ano passado, de modo que foi registrada base baixa de comparação naquele mês.
“Os números estão em linha com o processo de recuperação da economia brasileira. É numero bastante superior ao registrado em abril do ano passado. Lembremos que abril do ano passado havia um processo de pico da Covid do Brasil. Então justifica um número baixo [naquele mês]”, declarou Dalcolmo.
Em abril de 2020, no início dos efeitos da pandemia da Covid-19 na economia, foram fechadas 981,8 mil vagas com carteira assinada.
A comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada porque o governo mudou a metodologia.
Ainda de acordo com o Ministério do Trabalho, no acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, foram criadas 770,6 mil vagas de emprego formal.
O número é menor que o registrado entre janeiro e abril de 2021, quando o saldo positivo foi de 894,7 mil empregos.
No mesmo período de 2020, no início da pandemia, foram fechadas 947,8 mil vagas com carteira assinada no país.
Ao final de abril de 2022, o Brasil tinha saldo de 41,4 milhões de empregos com carteira assinada.
Isso representa aumento na comparação com março deste ano (41,3 milhões de empregos) e, também, com abril de 2021, quando o saldo estava em 38,8 milhões.
Os números do Caged de abril de 2022 mostram que foram criados empregos formais em quatro dos cinco setores da economia. Houve demissões na agropecuária.
Os dados também revelam que foram abertas vagas em todas regiões do país no mês passado.
O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 1.906,54 em abril deste ano, o que representa alta real, com os valores sendo corrigidos pelo INPC, de R$ 15 em relação a março (R$ 1.891,54).
Na comparação com abril do ano passado, porém, o salário médio de admissão recuou, pois estava em R$ 2.089,90 naquele mês.
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, isto é, não inclui os informais.
Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad).
Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto que os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia.
Segundo o IBGE, a taxa de desemprego no Brasil caiu para 10,5% no trimestre encerrado em abril, para o menor nível desde 2016, mas a falta de trabalho ainda atinge 11,3 milhões de brasileiros.