Em busca de respeito, PF se afasta de Bolsonaro

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Foto: REUTERS/Guga Matos

A reunião realizada nesta terça-feira pela Polícia Federal com partidos políticos trouxe às campanhas mais do que dados sobre a segurança que será fornecida aos presidenciáveis. A avaliação de representantes dos candidatos feita à coluna que estavam na agenda foi de que a PF tentou se descolar de qualquer interferência ou ingerência que poderia ocorrer por parte do presidente Bolsonaro.

A principal tônica do discurso da corporação para as campanhas foi a de que a metodologia usada para estabelecer o plano de segurança dos candidatos será totalmente técnica e científica. Entre os fatores que ajudarão a definir a escalada de risco que será aferida para cada candidatado e sua agenda estão o seu desempenho nas pesquisas e o histórico de ameaças, como revelou O GLOBO.

A insistência da PF de que todo o planejamento se baseia em uma metodologia técnica aliada a trabalhos das unidades de inteligência foi recebida como um recado pelas campanhas. A leitura é a de que a corporação buscou mostrar que, apesar das investidas de Bolsonaro sobre a PF, a instituição fará seu trabalho de maneira autônoma.

Desde que foi eleito, Bolsonaro já trocou quatro vezes o diretor-geral da PF, cargo máximo do órgão. Em 2020, quando fez a primeira mudança, o presidente foi acusado pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro de tentar interferir politicamente na corporação.
A PF, que chegou a ter ampla base bolsonarista em 2018, vive hoje um momento de crise com o presidente. O motivo é que Bolsonaro não cumpriu a promessa de conceder o reajuste salarial à categoria para recompor perdas inflacionárias. O governo tem sido alvo de protestos da corporação.

O Globo