Freixo já bateu martelo sobre Cesar Maia ser vice
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O deputado federal Marcelo Freixo (PSB), pré-candidato ao governo do Rio, negocia uma aliança com o ex-prefeito da capital Cesar Maia (PSDB). Segundo uma fonte da campanha do pessebista, os dois conversaram e a negociação caminha bem. Em outras alas do PSB fluminense, no entanto, a composição com Maia, atualmente vereador no município do Rio, foi vista com “surpresa” e “improvável” por alguns dos integrantes do partido.
O presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, postou ontem em redes sociais uma foto ao lado do deputado federal Rodrigo Maia (PSDB-RJ), filho de César. “O quadro eleitoral de 2022 e a necessidade de ampliar alianças para mudar o país foram temas da conversa com o deputado federal Rodrigo Maia ao recebê-lo na sede nacional do PSB”, diz a legenda da foto.
A família Maia é aliada histórica do atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que articulou a candidatura ao Palácio Guanabara de Felipe Santa Cruz, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Até recentemente, o prefeito contava com o apoio do PSDB e de Rodrigo Maia
Procurado, Cesar Maia, que atualmente é vereador, disse que está em “isolamento” e que o assunto não está sendo discutido por ele, e sim com as presidências partidárias.
A presença do decano do clã Maia na chapa do PSB teria incomodado Paes, pois representaria um enfraquecimento da campanha de Santa Cruz. Além disso, reforçaria a candidatura de Freixo, que pode vir a ser um rival do atual prefeito na corrida ao Guanabara em 2026.
Fontes do PSD disseram ao Valor que mudanças no quadro eleitoral não fazem o partido pensar em abandonar Santa Cruz. Além disso, acreditam que não há nada fechado nas negociações e que o PSDB ainda pode apoiar o PSD.
Após as notícias da possível dobradinha Freixo-Maia, especulou-se que Paes poderia até mesmo apoiar a candidatura à reeleição do governador do Rio, Cláudio Castro (PL). Para alguns integrantes do PSD, no entanto, ficar ao lado de um candidato do partido do presidente Jair Bolsonaro não é uma opção aceitável.
Paes tem uma postura crítica ao presidente, mas tem como vice-prefeito um integrante do PL, Nilton Caldeira, que assumiu nesta semana a pasta do Meio Ambiente. O PL indicou ainda o funcionário de carreira Paulo Cezar Santos para presidir a Rio Luz.
Inicialmente, Paes também contava com o PDT, mas o partido lançou Rodrigo Neves, ex-prefeito de Niterói, na disputa pelo governo. Segundo uma fonte do PSD, a orientação do partido, inclusive de Paes, é de comprometimento com Santa Cruz. O apoio nacional do PSDB à candidatura presidencial de Simone Tebet (MDB), ao lado do Cidadania, dificultaria uma aliança no Rio dos tucanos com o PSB, que está ao lado do PT e do ex-presidente Lula nas eleições ao Planalto.
Fonte próxima à prefeitura, por sua vez, reforçou que o projeto de um partido grande como o PSD é lançar candidatos a cargos majoritários sempre que possível.
Maia foi deputado federal e governou o município do Rio por três vezes. Em seu primeiro mandato, de 1993 a 1996, lançou Eduardo Paes na vida pública, ao nomeá-lo subprefeito da Barra da Tijuca. Ele ainda governou o Rio de 2001 a 2008, em dois mandatos consecutivos, tendo sido sucedido por Paes. Concorreu sem sucesso ao governo do Estado em 1998.
Tentou ainda se eleger senador nas eleições de 2010 e 2018. Na última ficou em terceiro lugar, atrás de Arolde de Oliveira (PSC), falecido em outubro de 2020 por complicações da covid-19, e de Flávio Bolsonaro (PL).
Maia é vereador do Rio desde 2013, quando foi eleito pelo DEM. Ele abandonou o partido neste ano, após a migração de seu filho para o PSDB. Em sua atuação na assembleia municipal, o ex-prefeito adota uma postura independente, votando, muitas vezes, contra a posição de seu partido e ao lado de bancadas de esquerda. A aliança de Freixo engloba ainda a federação formada por Psol e Rede, que vetaram apoio a chapas que incluam partidos de fora do arco da esquerda.