General ficou mudo em live com TSE porque tempo para falar era curto
Foto: Divulgação/Justiça Eleitoral
Os militares encontraram três justificativas para explicar por que o general Heber Portella manteve a tela de seu computador fechada e ficou em silêncio durante a reunião online do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizada para discutir o processo eleitoral.
Integrantes do Ministério da Defesa e das Forças Armadas alegaram à coluna que havia um grande número de pessoas logadas na videoconferência, cerca de 100 participantes, e que o tempo para os inscritos falarem era muito curto, de cerca de três minutos. Portella é o representante das Forças Armadas na comissão de transparência da corte.
Os militares ainda se queixaram de que não havia espaço para discussão e disseram que o ambiente se limitava a um “chat poluído por inúmeras mensagens e sem respostas”. A avaliação de membros da Defesa é que não seria possível debater as propostas que fizeram, devido ao formato de reunião.
O chefe da pasta, general Paulo Sergio Nogueira, tem insistido na realização de uma agenda presencial e paralela à comissão que reúna técnicos do TSE e militares para debater sugestões das Forças Armadas. Dois ofícios com essa solicitação foram encaminhados nas últimas semanas ao presidente da corte, Edson Fachin. Na avaliação de membros do TSE, porém, não é possível fazer mais mudanças no processo eleitoral, já que o pleito acontece daqui a quatro meses. Além de não haver qualquer comprovação de fraude ou insegurança nas urnas eletrônicas que justifiquem as mudanças, o TSE divulgou um levantamento que mostra ter acatado dez das 15 propostas das Forças Armadas.
Na segunda-feira, o ministro Nogueira enviou mais dois documentos a Fachin. No primeiro, insistiu na realização da reunião. No segundo, disse que vai indicar nomes de militares para fiscalizar as eleições.