Minas: Zema vence no interior e Kalil na capital

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Foto: Jair Amaral/EM/D.A Press

Pesquisa do Instituto F5 Atualiza Dados, divulgada com exclusividade pelo Estado de Minas, mostra que o governador Romeu Zema (Novo), pré-candidato à reeleição, está à frente na disputa pelo Palácio Tiradentes em 11 das 13 divisões regionais feitas pelos pesquisadores para construir o levantamento. A lista de vitórias parciais de Zema inclui municípios da Zona da Mata, do Triângulo e do Vale do Aço. O ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), por sua vez, além de ter dianteira de 17 pontos na Região Metropolitana, soma 0,3 ponto a mais que o rival do Novo em Barbacena, no Campo das Vertentes. A diferença caracteriza empate técnico por causa da margem de erro de 2,5 pontos percentuais do levantamento.

Os números gerais da pesquisa F5/EM foram divulgados no último dia 18. Zema lidera a corrida eleitoral com 45,7%, Em segundo, está Kalil, que soma 28,4%. O terceiro é o senador Carlos Viana, do PL, que aparece com 4,1%. O levantamento ainda contempla Saraiva Felipe, que teve a pré-candidatura retirada pelo PSB. O partido resolveu apoiar Kalil.
A maior diferença entre Zema e Kalil está nos municípios da região de Pouso Alegre, no Sul de Minas. Neles, o governador tem margem de 36,1 pontos e vence por 52,9% a 16,8%. Para efeito de comparação, na Região Metropolitana, a vantagem de Kalil, embora larga, é reduzida a menos da metade: 46,97% a 29,6% (17 pontos).

O Sul mineiro, aliás, é um dos pontos de atenção da pré-campanha de Kalil. Ele vai a Itajubá no sábado (2) para participar do aniversário do deputado Ulysses Gomes, do PT. Alexandre Silveira, que deve tentar novo mandato no Senado, e o deputado estadual petista André Quintão, vice-candidato na chapa que vai disputar o governo, também devem comparecer. A viagem deve ser estendida a cidades vizinhas.

Na semana passada, Zema também esteve em Itajubá. Ele se reuniu com os comandantes das forças de segurança que participaram da caça a um bando armado que levou terror à cidade.

Zema tem dianteiras consolidadas também no Triângulo Mineiro, onde estão duas das 15 regiões estabelecidas pela pesquisa do Instituto F5. No entorno de Uberlândia, o governador tem 51,1% das intenções de voto e está 32,5 pontos à frente de Kalil, que tem a preferência de 18,6% do eleitorado. Perto dali, em Uberaba, a diferença entre eles é próxima a 30 pontos percentuais: o político do Novo tem 49,5%, ante 19,7% do pessedista.

Na região de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, Zema vence Kalil por 47,6% a 21,9%. O pré-candidato à reeleição tem boa margem, também, em Divinópolis, no Centro-Oeste, e nas redondezas de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. Nas duas localidades, eles estão separados por 25 pontos. Em Ipatinga, no Vale do Aço, Zema também está em vantagem, mas com uma margem menor: tem 39,4%, contra 35,2% de Kalil.

Zema vence, ainda, em Montes Claros, no Norte, onde tem 19,4 pontos a mais que Kalil. Em Varginha, no Sul do estado, a vantagem é de 18,2. Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, também dá, por quase 15 pontos, o primeiro lugar ao governador. Na região de Juiz de Fora, na Zona da Mata, Kalil está 11,3 pontos atrás do adversário.

Palco da mais acirrada batalha na guerra pelo governo mineiro, a região de Barbacena é a única em que há empate técnico, segundo a pesquisa. Nesta semana, Kalil esteve no Campo das Vertentes e ganhou, inclusive, uma comenda entregue pela Câmara Municipal barbacenense.

Durante as entrevistas que costuma dar a rádios do interior nas suas viagens pelo estado, o ex-prefeito tem apostado em estratégia que passa por apontar lacunas da gestão atual, como a situação das estradas.

“Acho que, quem elege, merece ser cuidado. Não pode ser abandonado e só ser revisto na hora do voto. Isso é antiquado”, disse, em entrevista à “Rede Tropical FM”, de Barbacena.

Alexandre Kalil vai disputar o governo com o apoio do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A parceria é vista como importante para ajudar o ex-cartola, nascido e criado em Belo Horizonte, a aumentar sua taxa de conhecimento interior afora. Nas agendas que tem cumprido no interior, Kalil tem sido acompanhado por lideranças petistas. Além de André Quintão, são presenças constantes nomes como o deputado federal Reginaldo Lopes, coordenador da campanha de Lula em Minas, e o deputado estadual Cristiano Silveira, presidente do partido no estado.

No início do mês, quando esteve em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, Kalil estava acompanhado por um séquito de aliados petistas. À frente do grupo, estava o parlamentar estadual Doutor Jean Freire. Com um megafone, ele anunciava, aos frequentadores do mercado municipal, que Kalil passeava por ali.

!O PT vai ajudar muito. Só 30% da população sabe que estamos coligados. A gente sabe a força do Lula em Minas”, projetou o postulante ao Palácio Tiradentes, no sábado passado (25), durante compromisso ao lado da deputada estadual Andréia de Jesus (PT), em Ribeirão das Neves.

Os petistas têm falado publicamente sobre a tarefa de ajudar a alavancar Kalil. Em Uberlândia, no meio deste mês, Lula afirmou que há regiões de Minas onde o PT tem “até 70% dos votos”. “Quando você estiver candidato e eu puder visitar Minas Gerais com você, quero pedir cada voto a você”, afirmou, em direção ao pessedista.

Quintão, por sua vez, garantiu a entrada, “de corpo e alma”, de seus correligionários na campanha de Kalil. “A participação formal do PT pode potencializar a participação dos petistas e dos movimentos sociais na campanha – principalmente no interior”.

Procurada pelo EM para repercutir os números, a equipe de Zema afirmou que o chefe do Executivo estadual não vai tratar, por ora, das sondagens eleitorais. Apesar da negativa, a reportagem recebeu nota que evidencia uma das táticas do pré-candidato à reeleição: fazer menções críticas à gestão de seu antecessor, o petista Fernando Pimentel.

“O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), segue focado em recuperar os estragos deixados pela turma do Pimentel e PT em todas as regiões do estado. Portanto, não comentará sobre resultados de pesquisas eleitorais até o início da campanha”, diz a nota. Kalil também foi acionado, mas não respondeu.

A aposta de Zema nas opiniões contrárias ao PT gerou, no início da semana, uma associação, feita pelo governador, entre o suicídio de um prefeito e a gestão Pimentel.

“Em Minas, o governo Pimentel, do PT, confiscou esses recursos (que deveriam ser repassados às prefeituras). Nós tivemos prefeitos que renunciaram na gestão dele, prefeitos que adoeceram e prefeitos que se suicidaram porque teve prefeitura que ficou sem condição de pagar folha de pagamento”, atacou, em entrevista à Rádio Jovem Pan, de São Paulo (SP).

A declaração irritou Pimentel, que prometeu processar o sucessor por calúnia e difamação.

A pesquisa F5 citada nesta reportagem também traz números da corrida presidencial em Minas e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob os números MG-00062/2022 e BR-02909/2022.

Estado de Minas