Movimento por jornalista desaparecido mobiliza Londres
Foto: Toby Melville/Reuters
Em silêncio e segurando rosas e cartazes com as imagens do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, um grupo de manifestantes faz uma vigília ao lado de fora da Embaixada do Brasil em Londres para que o governo brasileiro reforce as buscas pelos dois, desaparecidos desde domingo (5) na região do Vale do Javari (AM).
“O governo brasileiro deve fazer mais para encontrar Dom e Bruno”, pedem os manifestantes. A vigília é organizada pelo Greenpeace britânico.
Em publicação nas redes sociais, a organização ambiental afirmou que o desaparecimento ocorre em meio ao aprofundamento da política anti-indígena do governo de Jair Bolsonaro (PL).
“Bolsonaro está tentando acabar com a estrutura legal que protege os recursos naturais e os direitos fundamentais dos povos indígenas no Brasil”, diz o Greenpeace britânico.
Para a organização, as atitudes do presidente estimulam grileiros, garimpeiros e madeireiros ilegais a invadir terras indígenas na Amazônia.
“Atualmente tramitam no Congresso Nacional diversos projetos de lei que ameaçam as terras indígenas. Enquanto isso continuar, os povos indígenas e seus lares estarão em grave perigo”, afirma o Greenpeace.
Em inglês, a organização pediu que o governo brasileiro, o Ministério da Justiça, a Polícia Federal e a Embaixada do Brasil mobilizem todos os esforços necessários para encontrar o indigenista e o jornalista.
“Qualquer coisa menos do que isso só mostra como estão incentivando a violência contra aqueles que defendem a Amazônia e seu povo”, publicou a organização.
Phillips e Pereira desapareceram enquanto viajavam da comunidade de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte. O trajeto deveria durar cerca de duas horas, mas ambos não retornaram à cidade.
Segundo a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) e o Opi (Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato), o último registro que se tem dos dois aconteceu na manhã do domingo, na comunidade de São Rafael.
As entidades afirmam que o indigenista sofria ameaças.