Para aliados, não é só inflação que está desmoralizando Bolsonaro

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Foto: Sérgio Lima

Além da inflação, que está desgastando a imagem do presidente da República, aliados de Bolsonaro alertam que falhas na comunicação do governo, e da campanha, estão afetando o desempenho dele nas pesquisas de intenção de voto.

Os últimos levantamentos mostram, por exemplo, que Lula pode ganhar de Bolsonaro no primeiro turno.

Interlocutores do presidente reconhecem que a inflação alta é o que mais pesa contra Bolsonaro neste momento, mas alertam que não há uma estratégica unificada da comunicação do governo e da campanha, com cada setor apontando para um lado e prejudicando o desempenho do presidente nas pesquisas de intenção de voto.

Os aliados do presidente, que culpam a comunicação do governo e da campanha presidencial, listam os diversos grupos que hoje estariam batendo cabeça e disputando poder pelo comando da estratégia a ser adotada na eleição: os marqueteiros do PL e do PP, a Secretaria de Comunicação, os ministérios, o gabinete digital, os responsáveis pelos perfis do presidente nas redes sociais e as falas do próprio Bolsonaro.

“Não há uma sintonia entre os diversos setores que deveriam estar operando numa só linha para defender a imagem do presidente. Cada um aponta para um lado, ninguém orienta de fato Bolsonaro, e ele acaba adotando um discurso que mais atrapalha do que ajuda. Alguém tem de estar ao lado dele fazendo alertas, definindo a agenda de cada dia”, diz um interlocutor do presidente.

Um outro aliado de Bolsonaro lembra, por exemplo, que no momento em que as inserções comerciais do PL estavam sendo veiculadas, buscando divulgar os feitos do governo e trabalhando para humanizar a imagem presidencial, o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, desdenhou da estratégia do partido publicamente nas redes sociais.

Carlos Bolsonaro é o responsável pelas redes sociais do pai, enquanto o outro filho, o senador Flávio Bolsonaro, está à frente do comitê eleitoral que define a estratégia de marketing da campanha para a televisão e rádio e a agenda eleitoral.

Segundo esse aliado, há divergências até dentro da família presidencial.

G1