Caseiro desmente mulher de assassino bolsonarista
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O caseiro do clube social da Associação Recreativa e Esportiva Segurança Fisica de Itaipu (Aresf), onde o tesoureiro do PT Marcelo Arruda foi assassinado no último dia 9, recordou de apenas uma vez em que o policial penal federal Jorge Guaranho, autor do homicídio, realizava ronda no local – o que aconteceu há cerca de oito meses.
O depoimento enfraquece a tese apresentada pela esposa do bolsonarista Guaranho. Francielle Sales da Silva alegou que era comum o marido fazer rondas no local, onde viram a festa com temática do PT. O Metrópoles teve acesso à íntegra do processo.
Os diretores da associação confirmaram aos investigadores que a realização de “rondas” são comuns, com o objetivo de “minimizar o risco de ocorrência de furtos ou roubos”. Nenhum deles soube informar, contudo, qual a frequência ou a última vez que Guaranho realizou o procedimento.
O presidente do clube, Antonio Marcos Borges de Souza, indicou que o caseiro poderia informar se o policial penal costumava realizar as rondas pelo local nos últimos dias.
O referido caseiro se chama Elianai Figueiredo. “Indagado se era comum os sócios do clube realizarem ‘rondas’ pela associação, disse que sim, que isso era um costume dos associados e que se recorda de apenas uma ocasião, há cerca de 8 meses, em que o indivíduo do carro branco (Jorge) realizou uma dessas rondas”, diz trecho do depoimento do caseiro.
Jorge Guaranho era secretário da Aresf, mas se desligou da diretoria em dezembro do ano passado, segundo os colegas.
“A questão da ronda já foi esclarecida. Ele não fazia ronda. Foi ao local por ter visto, de alguma forma, as imagens ao vivo. Foi lá porque viu a decoração do tema do PT”, rebateu o advogado Ian Vargas, que defende a família de Arruda, na tarde dessa segunda-feira (18/7).
Antes do assassinato, o policial penal federal participava de um churrasco em outro clube quando assistiu às cenas da festa de Arruda.
Jorge José da Rocha Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e por causar perigo comum. Segundo testemunhas, o assassino teria gritado “Aqui é bolsonaro” ao invadir a festa da vítima, que comemorava 50 anos com temática do Partido dos Trabalhadores (PT).
Segundo a delegada Camila Cecconello, “não há provas de que foi um crime de ódio pelo fato de a vítima ser petista”.
A briga teria começado por questões políticas, mas, para a polícia, a escalada da violência virou um assunto pessoal. O assassino teria decidido voltar à festa por ter se sentido humilhado pela vítima.
“Não podemos dizer que o autor voltou lá porque ele queria cessar os direitos políticos ou atentar contra os direitos políticos daquela pessoa. Concluímos que foi algo que acabou se tornando pessoal entre duas pessoas que discutiram, claro, por motivações políticas”.
A informação foi divulgada nessa sexta-feira (15/7) durante entrevista coletiva da Secretaria de Segurança Pública do Paraná e da Polícia Civil.