Celular de diretor da Caixa “suicida” será periciado
Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
A Polícia Civil do Distrito Federal abriu várias frentes de investigação para elucidar detalhes da morte do diretor de Controles Internos e Integridade da Caixa, Sérgio Ricardo Faustino Batista. O corpo dele foi encontrado na noite dessa terça-feira (20/7), no edifício-sede do banco, na região central de Brasília. O colunista do Metrópoles Rodrigo Rangel revelou a informação. Recolhido pela PCDF, o celular da vítima é peça-chave para apontar a motivação do suposto suicídio.
A coluna Na Mira apurou que o aparelho da marca chinesa Huawei foi encaminhado para o Instituto de Criminalística (IC) e será periciado. A extração de dados após a quebra da senha deverá levar cerca de 20 dias. As caixas de diálogos de aplicativos de conversa, como o WhatsApp, podem ajudar a esclarecer os motivos pelo qual Batista teria se jogado do 7º andar.
Investigadores da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) foram à sede do banco a fim de coletar imagens registradas por câmeras de segurança. Os equipamentos flagraram os últimos momentos do diretor, que aparece caminhando por um corredor e, depois, entra numa sala. Dentro do recinto não havia câmeras que pudessem filmar o que ocorreu na sequência.
Como o corpo do servidor foi encontrado na área externa do prédio por vigilantes que estavam de plantão, os funcionários deverão ser ouvidos em termo de declaração durante o decorrer das investigações. A tragédia chama a atenção porque a diretoria de Sérgio Faustino Batista tem relação direta com o mais recente escândalo que estourou na instituição financeira.
Rodrigo Rangel revelou que funcionárias da Caixa acusaram o então presidente do banco, Pedro Guimarães, de assédio sexual. Guimarães caiu após a publicação das denúncias.
A Diretoria de Controles Internos e Integridade é responsável pelo recebimento e acompanhamento de denúncias feitas por funcionários por meio dos canais internos da instituição financeira. Após a eclosão do escândalo, a Caixa admitiu a existência de uma denúncia de assédio apresentada em maio por meio dos canais internos.
Há suspeita de que essa denúncia, antes de ser apurada, tenha sido levada ao conhecimento da cúpula do banco. O diretor morto tinha 54 anos e seguiu no cargo mesmo após a mudança na presidência da Caixa. Funcionário de carreira, ele havia integrado a equipe que assessorava diretamente o gabinete de Pedro Guimarães.