Comissão braslleira vai aos EUA denunciar golpe
Foto: Antonio Augusto/secom/TSE
Representantes de 18 organizações brasileiras da sociedade civil vão para Washington na semana que vem participar de reuniões com integrantes do governo americano, parlamentares e grupos sociais para defender o processo eleitoral brasileiro. Entre os encontros estão previstos diálogos com integrantes do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
A comitiva, que ficará no país entre domingo (24) e sexta-feira (29), pretende fazer alertas sobre as ameaças recentes proferidas pelo presidente Jair Bolsonaro ao questionar a lisura das urnas eletrônicas e ao sugerir que não aceitará o resultado do pleito em outubro caso não saia vitorioso.
As organizações têm encontro previsto também com parlamentares que integram a Comissão Parlamentar que investiga a invasão do Capitólio dos Estados Unidos, em janeiro de 2021, por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, que não aceitou a derrota para Joe Biden, nas eleições do país em 2020.
“Nos EUA, há uma sensibilidade ainda maior, por causa das tentativas de subversão do processo eleitoral americano em 2020 e da invasão ao Capitólio em 2021. As organizações brasileiras têm, portanto, muito a dizer e a ouvir nessa série de encontros”, afirma o diretor-executivo do Washington Brazil Office (WBO), Paulo Abrão, no comunicado sobre a comitiva.
O grupo pedirá que os interlocutores manifestem, ao final das eleições, em outubro, um posicionamento célere reconhecendo o resultado das urnas, independente do vencedor. Haverá, segundo o comunicado, encontro com o deputado democrata Jamie Raskin, que integra a comissão, e com o senador democrata Bernie Sanders.
O grupo também será recebido por organizações da sociedade civil dos EUA e embaixadores de outros países.
A ida da comitiva será uma semana depois do encontro promovido por Bolsonaro com embaixadores no Palácio do Alvorada. Os diplomatas foram convocados para ouvir falsas alegações de fraudes nas urnas eletrônicas e ataques a ministros das cortes superioras.
Na terça-feira (19), em declaração à imprensa, a embaixada dos Estados Unidos em Brasília, afirmou que as eleições brasileiras “servem como modelo” para o mundo e que confia no sistema eleitoral do Brasil.
da WBO, que organiza a visita, compõem o grupo representantes do Instituto Vladimir Herzog, da Transparência Internacional, da Comissão Arns e de organizações ambientais, de movimentos negro, indígena, quilombola e LGBTQIA+.